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YANMAR | galeria

Empresa japonesa de motores fundada em 1912 e desde 1961 produzindo máquinas agrícolas. Em 1957 instalou no Brasil sua primeira subsidiária no exterior, inicialmente dedicada ao comércio de motores. Em 1960, mediante projeto aprovado pelo Geia, iniciou a fabricação de unidades diesel de pequena potência em fábrica própria, no município de Indaiatuba (SP). Em rápido processo de expansão, lançou diversos modelos de motores ao longo da década – unidades entre 3 e 10 cv, para uso estacionário, marítimo e em grupos geradores, culminando com um dois-cilindros de 36 cv refrigerado a água em 1971.

Naquele ano a Yanmar adquiriu as instalações da Iseki-Mitsui onde, no ano seguinte, passou a fabricar motores de dois tempos a gasolina para pulverizadores agrícolas. Estimulada pela grande demanda motivada pelo dito “milagre econômico” da década de 70, a empresa procedeu à modernização e ampliação de suas instalações industriais, sendo, em 1977, a primeira empresa no país a adotar técnicas japonesas de gestão, do tipo kanban e Qualidade Total.

Também com base na tecnologia Iseki, em 1973 lançou seu primeiro microtrator, o modelo TC-10, com 12 cv, seguido em 1978 do TC-11, de 13 cv, ambos com seis marchas à frente e três a ré, duas tomadas de força e bitola regulável. Em 1980 entrou no mercado de motores a gasolina de quatro tempos, com a aquisição da Onan-Montgomery (a partir de então denominada Motores Montgomery). Dois anos mais tarde atingiu a produção do 500.000º motor diesel.

Em 1985 mais dois microtratores foram lançados: TC-11 Super, o primeiro com partida elétrica, e o pequeno TC-8, com apenas 8 cv. Na altura, também foi projetado a carreta transportadora YT300, para uso industrial, em depósitos e grandes armazéns, com plataforma para 300 kg e motor a gasolina de 3,4 cv. Projeto a um só tempo rudimentar e engenhoso, seu motor, montado sob o guidão, acionava a roda dianteira por corrente, de modo que ao ser girado o guidão em 180° andava-se a ré. A desaconselhável aplicação de motores a explosão em ambientes fechados, no entanto, limitou o uso do veículo, que foi fabricado por pouco tempo.

Em 1987 a Yanmar avançou na diversificação da gama de produtos, lançando sua primeira linha de tratores de quatro rodas, a série 1000, em duas versões: 1040 (4×2) e 1050-D (4×4 – o único da categoria), com 40 cv. Além das variantes Estreito, Parreira, Arrozeiro, Cultivo e com direção hidrostática, novos modelos foram apresentados nos anos seguintes: 1050-D Turbo, com 50 cv, em 1992; 1030-H (26 cv), em 1994; 1055 (55 cv), em 1999; e 1045 4×2 e 4×4 (39 cv), em 2000 – todos com índice de nacionalização em torno de 75% (em valor; 86% em peso).

Em 1999 foi introduzida a série 2000, com o modelo 2060-XT. Lançado com apenas 48% de nacionalização em valor (59% em peso), tinha nova carroceria, capô de plástico reforçado com fibra-de-vidro, motor importado de 55 cv, câmbio com nove marchas à frente e três a ré, tração nas quatro rodas, bloqueio do diferencial e direção hidráulica. A linha de microtratores também recebeu alguma atenção no período, sendo os modelos originais substituídos pelo TC14 e 14 S (com 14 cv, em 1996) e TC12 (11 cv, em 2000).

Em abril de 2001, em conseqüência da decisão de retirar-se do mercado de máquinas agrícolas, a Yanmar desmembrou a filial brasileira e vendeu a divisão de tratores para a Lavrale, subsidiária da Agrale dedicada à produção de implementos. Sediada em Caxias do Sul (RS) e com filial industrial em Indaiatuba, a nova empresa assumiu a razão social Yanmar Indaiatuba Ltda., logo mudada para Agritech Ltda. e finalmente, em 2002, para Agritech Lavrale Ltda..

A divisão de motores se manteve sob controle da matriz japonesa. Ainda instalada em Indaiatuba, sob o nome Yanmar do Brasil S.A., a empresa retornou às origens, voltando a se dedicar exclusivamente à fabricação e comercialização de grupos geradores e motores, inclusive para a Agritech. Em 2007 a razão social foi alterada para Yanmar South America Indústria de Máquinas Ltda., expressando seu novo papel de coordenadora das atividades do Grupo em toda a América do Sul, dentre as quais consta a distribuição de equipamentos de construção de pequeno porte (escavadeiras e mini-pás), a partir daí importadas do Japão.

Em 2017 a Yanmar japonesa associou-se à ITL, detentora das marcas Solis e Solinka e terceiro maior fabricante da Índia. Assim, em 2018, mais de uma década e meia depois de abandonar o setor, a Yanmar decidiu retornar ao mercado nacional de tratores, inicialmente comercializando máquinas importadas Solis, com planos de iniciar sua nacionalização ainda no mesmo ano. (A Solis chegara ao Brasil em 2015 por meio de uma empresa gaúcha, que a curto prazo pretendia fabricar localmente cinco modelos, o que acabou por não ocorrer.)

Em fevereiro de 2018, no Show Rural Coopavel, a Yanmar divulgou a linha de tratores que começava a representar, sete modelos 4×4 entre 26 e 90 cv, três deles estreitos, pintados de vermelho, em lugar do azul vivo da marca indiana. Vendidos com ou sem cabine, eram os seguintes (os códigos correspondendo à potência do motor em cv): 26 (1,0 t, 1,3 l), 60 (2,9 t, 3,7 l), 75 (3,4 t, 3,7 l), 90 (3,5 t, 4,1 l), e os estreitos correspondentes 60N, 75N e 90N. O modelo de menor porte possuía câmbio 6×2 e os demais, 12 marchas com reversão. (Estranhamente, embora apresentassem a mesma mecânica, os modelos normais e estreitos traziam carrocerias de estilos e gerações diferentes, mais antiga para os estreitos.)

Em 2018, na 41Expointer, foram apresentados os dois primeiros modelos Solis nacionalizados, os 4×4 75 e 90, ainda com motores de quatro cilindros turbo-intercooler importados da Índia, respectivamente com 3.707 cme 75 cv e 4.087 cm3 e 90 cv. Ambos vieram com câmbio sincronizado de doze marchas reversíveis.

Os planos da empresa compreendiam a implantação de nova unidade fabril em Indaiatuba, efetivamente inaugurada em outubro de 2018. Seria sua intenção ali voltar a produzir tratores de projeto próprio e com sua marca, como deixou claro no ano seguinte, no Agrishow, ao expôr em local de destaque o modelo leve YM357A, de 3 cilindros e 57 cv. Ainda importado do Japão, teria a nacionalização programada para 2020.

Este modelo não foi nacionalizado, mas sim mais um de origem indiana – Solis 80. No final de 2020 a gama de tratores fabricados no país (já então denominada Solis Facelift) compreendia três linhas (75, 80 e 90), com suas respectivas variantes cabinadas e estreitas. As linhas 75 e 90 dispunham de quatro versões cada (standard ou estreita N, plataformada ou com cabine). Trazendo motor de 4.087 cm3 e 80 cv, câmbio 12×12 e tração 4×4, o modelo 80 só era fornecido na versão standard.

<yanmar.com.br>   <agritech.ind.br>

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