WAY |
Única empresa fabricante de buggies da Região Sul com produção ininterrupta ao longo das últimas três décadas, a Way foi fundada em 1984, em Curitiba (PR), por José Maria Cachelero Jr., com a razão social D’José Indústria de Artefatos de Fibra de Vidro Ltda.. Suas atividades, porém, vinham do ano anterior, quando o primeiro buggy foi desenhado e foram fabricados os moldes respectivos, a partir deles passando a nova empresa a fornecer kits para montagem pelo comprador.
Ao firmar acordo de comercialização com uma grande rede de lojas de pneus e acessórios a demanda deslanchou, já em 1988 obrigando à expansão das instalações fabris. Ao mesmo tempo, optando pela diversificação, a empresa iniciou a produção de caiaques, capotas rígidas para picapes e, alguns anos depois, lanchas, guaritas, quiosques e mobiliário urbano de plástico reforçado. No início da década de 90 a Way já se transferira para novas e amplas instalações em São José dos Pinhais (PR).
Embora dois ou três modelos diferentes de buggies tivessem sido comercializados nos anos iniciais, antes do final da década o carro teve o estilo consolidado, permanecendo praticamente inalterado até o século seguinte – continuidade rara no setor. Desde os primeiros exemplares, portanto, os buggies Way já apresentavam algumas características que por muitos anos acompanhariam a produção da marca: os faróis retangulares, o formato das saias laterais e dos para-lamas dianteiros (sempre trazendo lanternas retangulares), o ressalto acentuado bem no centro da traseira, onde foi posicionada a tampa de visita do motor, a tampa do porta-malas em relevo, sobreposta à carroceria, e o quadro do para-brisa moldado em plástico. Os primeiros modelos diferiam principalmente nas linhas da dianteira, que tinha a superfície frontal inclinada, dando maior destaque aos faróis. Posteriormente a inclinação foi reduzida e a frente recebeu um longo baixo-relevo em “V”, avançando até o para-brisa, detalhe eliminado na terceira geração do modelo.
A partir de 1988 ou 89, com o estilo já definido, pouca coisa foi alterada nos carros. De mais notável, apenas um ressalto na parte inferior da dianteira, com a função de para-choque, e, por razões industriais, a subdivisão da carroceria em duas partes (dianteira e casco inferior), evidenciada pela emenda entre os para-lamas e o porta-malas, superfícies e volumes anteriormente contínuos. Havia versões com santantônio tubular ou em plástico reforçado. Com o tempo, a Way também passou a montar as carrocerias (sempre sobre plataformas Volkswagen com motor boxer) e fornecer carros completos. Nos últimos anos do século, embora com o estilo preservado em linhas gerais, duas mudanças de peso foram introduzidas no buggy: na dianteira o capô foi ampliado, avançando para a frente e laterais, até a altura dos para-lamas; e na traseira, uma saia encobrindo o motor e chegando até as rodas.
Em 2001 a empresa surpreendeu com o lançamento de um carro novo, um buggy de quatro lugares radicalmente diferente, com linhas e superfícies curvas, para-lamas salientes, estribos de alumínio corrugado, grandes entradas de ar laterais, santantônio integrado, bancos anatômicos de fibra com estofamento e, seu principal traço de personalidade, o amplo para-brisa panorâmico colado na carroceria, “importado” da 3ª porta do Ford Ka. Batizado Bugway, recebeu motor VW 1.6 refrigerado a água com ignição eletrônica e 92 cv (opcionalmente 1.8 e 2.0), câmbio VW de cinco marchas, suspensão independente nas quatro rodas (McPherson na dianteira, molas helicoidais com bandeja na traseira) e freios a disco na frente. Havia opção de capotas de verão (toldo central) ou inverno (completa, com plástico transparente na traseira e laterais), ambas de lona.
Em 2004 a Way firmou acordo com a paulista BRM, responsabilizando-a pelo projeto e fornecimento de um novo chassi tubular para o buggy, em troca dos direitos para montagem e comercialização do carro nos seus mercados. Em 2009 as atribuições da BRM foram transferidas para a paranaense Wake, de Curitiba, ficando assegurado a ambas as empresas o direito de fabricar o modelo. A Wake aperfeiçoou o chassi e, a partir do Bugway, desenvolveu e passou a fabricar o sofisticado Super Buggy, lançado no Salão do Automóvel de 2012.
O carro vinha equipado com motor 1.6 flex de 104 cv, radiador dianteiro, suspensão independente com molas helicoidais e freios a disco nas quatro rodas; no interior, acessórios esportivos e acabamento luxuoso. Externamente o Super Buggy se diferencia do Wake Way pelos para-lamas e saias de plástico preto (chamados kit cross) e pelos pequenos santantônios cromados montados atrás dos bancos traseiros. Todos os buggies – Way e Wake – eram vendidos apenas completos e com mecânica “zero km”.
A produção da Way ainda permanecia diversificada (embarcações, capotas, guaritas e artefatos vários), e na área automotiva a empresa pretendia ingressar no segmento de réplicas, estando nos seus planos o buggy Kadron, a picape Ford 1929 e versões dos Porsches Spyder 550 e Speedster 356. Os rumos da empresa, contudo, logo mudariam.
Os projetos de réplicas foram abandonados e o foco concentrado na produção do Super Buggy, que em 2017 teve o estilo dianteiro bastante alterado, dando origem ao modelo Ventura, ainda com motor VW AP 1.6 flex. Levemente mudado, o Ventura por sua vez foi substituído, em 2021, pelos modelos Cross e Street, ambos equipados com o moderno TSI 1.0 turbo de três cilindros da Volkswagen.
Trazendo o mesmo conteúdo, Cross e Street se diferenciam pelo visual externo: ares “aventureiros” no Cross, como para-lamas, para-choques e capota negros, e maior elegância no Street, com sua carroceria pintada de uma só cor e capota vermelha. Muito bem equipados, vem de série ABS, direção com assistência elétrica, controle de tração, airbags frontais, ar-condicionado quente e frio, computador de bordo, porta-malas e retrovisores elétricos, volante e bancos ajustáveis, sistema de som com alto-falantes JBS, faróis e lanternas de led, farol de neblina, engate traseiro e rodas de liga. Painel de instrumentos e sistema multimídia vieram do VW up!.
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