VCE |
Constituída em 1995, com sede na Holanda, a VCE – Volvo Construction Equipment é a subsidiária da Volvo dedicada à produção de máquinas para construção civil e mineração. A empresa é sucessora da VME (Volvo-Michigan-Euclid), terceiro maior grupo industrial do setor, criado em 1986 em resultado da associação da norte-americana Clark com a Volvo BM, então divisão de máquinas de construção da empresa sueca. Em 1995, ao adquirir os 50% de participação da Clark na VME, a Volvo alterou o nome da empresa para VCE. A produção de empilhadeiras Clark não foi incluída no negócio, permanecendo independente a partir de então. Em 2007 a empresa adquiriu a divisão de equipamentos de pavimentação da norte-americana Ingersoll Rand, agregando ao seu portfólio mais uma categoria de máquinas até então nunca produzida com sua marca. Em 2014, por fim, incorporou o negócio de caminhões fora-de-estrada da Terex.
A Clark instalou-se no Brasil em 1958. Em 1985, quando do advento da associação entre as matrizes (aqui denominada VME Brasil Equipamentos Ltda.), produzia em sua moderna fábrica de Pederneiras (SP) empilhadeiras Clark, pás carregadeiras Michigan e mini-carregadeiras Bobcat. Embora excluídas da VME internacional, as empilhadeiras Clark foram mantidas em produção no Brasil até o início da década de 90, quando foram substituídas por modelos importados da Coréia. Do mesmo modo a fabricação do Bobcat foi descontinuada e repassada para a também coreana Doosan. (No Brasil, a construção do Bobcat foi por algum tempo assumida pela Tema Terra.) Nos anos seguintes à fusão, a linha de produtos foi modernizada e a gama de equipamentos de construção ampliada com modelos de origem Volvo, tecnologicamente mais atualizados. Foram lançadas duas novas pás carregadeiras (L30 e L90), agregadas às três Michigan existentes (45C, 55C e 125C). Em 1993, saiu o primeiro caminhão articulado nacional da marca, o A25, para 22,5 t. [Para conhecer estes lançamentos, consulte Clark.]
Em 1995, por fim, com a constituição da VCE, a Volvo assumiu a totalidade do negócio, definitivamente eliminando a Clark do segmento de máquinas de construção. Para marcar a nova fase – e em conjunto com o anúncio da criação da Volvo Equipamentos de Construção Ltda. -, cinco novas máquinas foram lançadas de uma só vez: quatro pás carregadeiras e mais um caminhão. Com peso de operação entre 11,8 e 27,2 t, todas as pás traziam motor Volvo, cabine com ar condicionado protegida contra capotamento e munidas monitoramento eletrônico das principais funções. Eram elas: L70C (130 cv, capacidade para até 5,0 m³), L90C (160 cv, 7,0 m³), L120C (208 cv, 9,5 m³) e L180C (284 cv, 14,0 m³). A VCE manteve em linha dois antigos modelos Michigan: 45 C e 55 C (motor Mercedes-Benz de 120 cv; 9,2 e 11,2 t; 1,5 a 1,9 m³). O caminhão A35, que seguia o mesmo esquema construtivo do A25, tinha motor Volvo de 329 cv, câmbio automático, tração nas seis rodas, bloqueio dos diferenciais e retardador de frenagem; caçamba basculante tinha capacidade para 32 t ou 19,0 m³.
Desde o início dos anos 90 a VME buscou integrar a fábrica brasileira ao sistema global da empresa, responsabilizando o Brasil pelo suprimento de certos produtos (pás leves para todo o mundo, chassis de carregadeiras para os EUA), estratégia fortalecida pela VCE. Em paralelo, no mercado interno mantinha a liderança em pás e caminhões articulados, respectivamente com 33 e 60% das vendas.
No front mundial, embora fosse um dos maiores fornecedores de máquinas de construção, sua gama de produtos carecia de diversificação, concentrando-se nas carregadeiras, caminhões fora-de-estrada e escavadeiras hidráulicas (após a aquisição da sueca Åkermans em 1991). Entre 1997 e 98, buscando fortalecer seu posicionamento global, adquiriu o controle do fabricante canadense de motoniveladoras Champion e da divisão de escavadeiras hidráulicas da coreana Samsung, já então prometendo também produzi-las no Brasil.
Em julho de 2000 foram fabricadas as primeiras motoniveladoras nacionais, os modelos 710A e 720A, ainda trazendo a marca Champion, com motores Volvo de 140 e 170 cv, peso de operação de 13,9 e 19,4 t e tração 6×6 (no ano seguinte os dois equipamentos seriam relançados, sem alterações, com os nomes Volvo G710 e G720). Ainda em 2000, foram apresentadas as pás L50D (8,2 t, da qual o Brasil passava a ser supridor mundial) e L70D (atualização da L70C, com capacidade de tração 15% superior), ambas com novo estilo de cabine e carroceria. As máquinas traziam transmissão hidrostática e sofisticada eletrônica embarcada que permitia, entre outros, otimização da tração em função da consistência do solo e multiplicação automática de movimentos repetitivos, como no carregamento de caminhões, eliminando o giro constante do volante. Os antigos modelos Michigan saíram de linha.
No final de 2001, na feira M&T, foi lançado o caminhão articulado A35D, evolução do modelo anterior, agora com carroceria totalmente redesenhada, capacidade de 33,5 t e computador de bordo com monitoramento eletrônico de todas as funções vitais. Mais um modelo foi disponibilizado em 2003, o A30D, para 28 t, também com novo estilo, o mesmo motor Volvo de 329 cv do A35D e opção de versão rebaixada XLP, para operação em minas subterrâneas. Os dois caminhões passaram de imediato a ser importantes itens de exportação da filial brasileira. Ainda em 2003 a reestilização chegou às pás carregadeiras, com a Série E: os cinco modelos nacionais – L50, L60 (12,3 t e 156 cv, lançado naquele ano), L70, L90 e L120 – receberam nova carroceria, motores com gerenciamento eletrônico e sistema hidráulico sensível à carga, determinando a força hidráulica adequada para cada aplicação.
Em 2005 a gama de produtos nacionais da VCE permanecia concentrada em três linhas: os caminhões articulados A30D, A35D e A40D (este lançado no ano anterior, com 476 cv e capacidade de 39 t), cinco pás carregadeiras (L50E, L60E, L90E, L110E e L120E) e as motoniveladoras G710 e G720 – todos com percentual de nacionalização superior a 60%, o mínimo exigido pela Finame para efeito de financiamento (no final do ano foi inaugurada a linha de fabricação de eixos para pás-carregadeiras, permitindo elevar um pouco mais este índice).
Em 2006 as duas motoniveladoras foram substituídas por sete modelos de Série G900, munidos de computador de bordo e do sistema hidráulico sensível à carga três anos antes introduzido na linha de pás. Apresentando peso operacional entre 15,6 e 21,0 t, estavam equipados com motores Volvo entre 195 e 265 cv, tração 6×6 e caixa semi-automática de até 11 marchas com reversor. Ainda em 2006 a VCE deu início à montagem de três modelos de escavadeiras hidráulicas sobre esteiras no Brasil (EC140B, 210B e 240B, de 15,6 a 25,7 t, com potências entre 94 e 185 cv), inicialmente com componentes importados da Coréia e, a partir do ano seguinte, com progressiva agregação de itens locais (o índice de nacionalização de 60% seria atingido em 2011).
A diversificação avançou em 2007, com a montagem de cinco modelos de miniescavadeiras, todas equipadas com motor Volvo de quatro cilindros, 16 válvulas e potência de 45 a 80 cv (MC60B a 110B). As linhas de caminhões e pás carregadeiras, por sua vez, chegavam ás Séries E e F, respectivamente, a última em cinco versões (L60F, 70F, 90F, 110F e 120F), com cabines mais espaçosas e atendendo às mais recentes normas ambientais internacionais. Por fim, em 2009, dois compactadores de 10 t passaram a ser aqui fabricados: SD105F, pé-de-carneiro para terra, e SD105DX, com rolo liso, para asfalto, ambos com 130 cv.
Esta dinâmica política de diversificação colocou a VCE em uma posição de mercado especialmente favorável neste início de século: entre 1998 e 2008 o faturamento obtido na América Latina (do qual Brasil responde por mais de 70%) cresceu dez vezes; em 2009, o volume de vendas no país se igualou ao de toda a América do Norte; em 2010 foi alcançado recorde histórico de produção, 69,2% superior à do ano anterior. Em 2011 o Brasil era o único fornecedor mundial de motoniveladoras da marca. A gama nacional de produtos, já bastante variada, era complementada com escavadeiras e mini-escavadeiras da Coréia, rolos compressores dos EUA e Índia, vibroacabadoras da Alemanha e retroescavadeiras da França.
<volvoce.com>
O que houve de novo a partir de 2012
- escavadeiras hidráulicas EC140B, 210B e 240B atingem índice de nacionalização de 60% (02/11)
- escavadeiras EC210 e 240B, atualizadas através da Série D, com motor de 5,7 l e 156 cv e redução de 10% no consumo de combustível (06/12)
- ampliando a gama de produtos nacionalizados, a VCE anuncia a transferência da linha de montagem de retroescavadeiras do México para o Brasil; dois modelos seriam nacionalizados: BL60B e BL70B (02/13)
- iniciada a produção de máquinas SDLG, subsidiária chinesa da Volvo, na fábrica de Pederneiras (08/13)
- Volvo decide abandonar gradativamente, em escala mundial, a fabricação de retroescavadeiras e motoniveladoras (11/14)
- Volvo vence o Prêmio Autodata 2017 na categoria Montadora de Máquinas de Construção, pelo sucesso do compartilhamento, em uma só linha, da montagem de pás carregadeiras e caminhões articulados, solução inédita nas 16 fábricas VCE no mundo (11/17)
- VCE (máquinas Volvo e SDLG) encerra o ano com 16,9% do mercado brasileiro, um ponto percentual acima de 2016 (12/17)
- melhorias em caminhões articulados e escavadeiras hidráulicas: caminhão A30G com capacidade aumentada para 29 t e 18 m3, ganho obtido pela redução do peso da caçamba; escavadeira EC210D passa a ser fornecida com motor de quatro cilindros, 4,7 l e 167 cv (como opção ao anterior de seis cilindros e 5,7 l), oferecendo maior economia com a mesma potência; também disponível na versão EC210DL, com carro mais longo (07/18)
- anunciada para breve a nacionalização da escavadeira EC200D, de 19,8 t e 167 cv (11/18)
- mais da metade da produção de 2018 foi exportada; 70% dos caminhões articulados teve como destino os EUA (12/18)
- VCE inicia a importação, por encomenda, do caminhão R70D, com 760 cv e capacidade para 65t e 41,5 m3 (07/17)
- fábrica brasileira exporta 50 caminhões articulados A30G para seis países europeus e Israel (08/20)
- lançado kit para acoplamento à lança de escavadeiras hidráulicas EC140, destinado ao assentamento de tubos de até 20″ de diâmetro (10/20)
- Volvo ultrapassa, na América Latina, 100.000 veículos comerciais conectados a seus programas eletrônicos de gerenciamento e manutenção, dentre os quais 11.007 máquinas de construção (12/20)
- crescimento de 32,2% nas vendas internas em 2020, em comparação com o ano anterior, correspondendo a 68,7% do mercado latino-americano da marca (12/20)
- anúncio simultâneo de contratação de mais 250 empregados em Pederneiras e lançamento próximo de três novas máquinas – as pás carregadeiras de grande porte L150H e L180H, ainda importadas da Suécia, e o compactador de solos tandem SD110B, de 11,0 t, em substituição ao SD105; nele, o rolo da versão pé-de-carneiro foi reprojetado, ganhando 15 patas a mais, agora totalizando 135; com os três lançamentos, a VCE passaria a produzir no país 70% da gama de equipamentos ofertada ao mercado brasileiro (03/21)
- lançamento da Locadora Volvo – programa de locação de caminhões, ônibus e equipamentos de construção (09/22)
- apresentação, na feira agrícola Agrishow, da versão A30G Agro do caminhão articulado A30; com tração 6×4 ou 6×6 e pneus largos, exercendo baixa pressão sobre o solo, foi preparado para acoplar implementos agrícolas pesados para o preparo do solo, com consumo de combustível até 44% menor do que o de tratores equivalentes, segundo o fabricante; com capacidade para 29 t, também pode ser utilizado no transporte de insumos e grãos (05/23)
- na feira M&T, lançamento da nova série H de pás-carregadeiras, atualização da tradicional linha média da marca, em três versões: L60H (164 cv, PBT de 11,0 a 13,6 t), L70H (169 cv e 12,7-15,5 t) e L90H (180 cv e 14,5-17,3 t) (03/24)
- inaugurada nova linha de produção de pás-carregadeiras em Pederneiras, destinada à recém nacionalizada nova série H (04/24)
- para avaliação do mercado, VCE lança suas duas primeiras máquinas elétricas no País, ambas de pequeno porte e importadas: pá-carregadeira L25 Electric e escavadeira hidráulica ECR25 Electric, respectivamente com peso operacional de 5,0 e 2,7 t (05/24)