TUNING |
Termo em inglês para as atividades de personalização (ou customização) de veículos. Strictu sensu, a idéia do tuning já se encontrava presente na fase de implantação da nossa indústria automobilística, com a oferta dos primeiros acessórios e opcionais pelos fabricantes de carros e caminhões. Nos anos 80, com a proliferação de pequenas e grandes transformadoras de picapes em cabines-duplas e blazers, a oferta de rodas, bancos e acessórios especiais se multiplicou, sempre procurando estimular no comprador o desejo de possuir um veículo único, diferente de qualquer outro em circulação nas ruas da sua cidade. O conceito atual do tuning, envolvendo modificações mais profundas na mecânica e carroceria, que surgiu nos EUA ainda na década de 50 e se espalhou pela Europa e Japão, só chegou com mais força ao Brasil nos primeiros anos do novo século.
A moda das personalizações mais radicais cresceu rapidamente por aqui. Em 2005, quando em São Paulo foi realizado o 1º Salão de Tuning, estimava-se que a atividade já movimentava R$ 700 milhões/ano, envolvendo milhares de oficinas e estabelecimentos de venda de peças e acessórios. Três principais linhas de trabalho envolvem a customização: estilo, mecânica e som, em cada uma delas podendo variar infinitamente o nível de intervenção, da simples substituição de volantes, rodas, bancos, pedais e manoplas de câmbio à instalação de múltiplos instrumentos em painel digita; desde a colocação de spoilers, aerofólios, saias laterais e lanternas fumê ou com leds, até o redesenho completo da carroceria e a utilização de portas pivotadas ou com abertura para o alto.
Os grandes da indústria automobilística já fornece kits de personalização, com garantia de fábrica, incluindo itens de acabamento interno e elementos como para-choques, saias e aerofólios. Para muitos, porém, isto é insuficiente. Há transformações de grande equilíbrio e bom-gosto, mas a regra são as criações extravagantes, que podem trafegar do simplesmente kitch à aberração, como a mania norte-americana das agressivas picapes big foot, que já desembarcaram por aqui com seus pneus monstruosamente grandes atropelando o que encontram pela frente.
Manoplas de câmbio na forma de caveira; luzes neon em profusão, rodas e pneus de perfil baixíssimo; calotas giratórias que continuam a se mover quando o carro para; esguichos de gás projetados do capô; pinturas que vão do preto fosco a desenhos tribais e tintas com purpurina; porta-malas preenchidos com sistemas de som ensurdecedores; motores turbo com injeção de “nitro” (óxido nitroso) para dobrar a potência e “queimar pneus” nas acelerações: nesse campo, tudo é permitido para satisfazer os espíritos mais exibicionistas.