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TRAMONTINI | galeria

Fundada em 1984 em Encantado (RS), a Tramontini Implementos Agrícolas Ltda. é descendente direta da Retificadora Tramontini, renomada oficina mecânica da região, criada em 1961 pelos irmãos Derci e Lino Tramontini. Valendo-se de sua experiência como mecânicos, na década de 70 os dois irmãos projetaram sua primeira carreta agrícola motorizada – pequeno caminhão rural de construção artesanal – popularmente conhecido na Região Sul como tuque-tuque.

O potencial de mercado esperado para o veículo levou a dupla a encerrar as atividades de retífica e, em 1984, se dedicar à produção industrial do veículo. Lançado com a denominação CAT-2000 (logo a seguir mudada para CTT-1500), era equipado com motor diesel Agrale refrigerado a ar de dois cilindros e 36 cv, chassi completo (com suspensão e transmissão 4×4) da Ford F-75 (a antiga picape Willys) e capota de lona. Com capacidade para 1,5 t, era apresentado em três versões: cabine simples e carroceria fixa (N), basculante (B) e cabine-dupla (CD).

O modelo foi radicalmente modificado em 1988, ganhando chassi de construção própria com suspensão por feixe de molas, câmbio Clark de cinco marchas, caixa redutora, freios hidráulicos a tambor do Ford F-1000 e cabine recuada fabricada em plástico reforçado com fibra de vidro com portas de lona; o motor se manteve o mesmo. O modelo cabine-dupla foi eliminado, sendo introduzidas duas novas versões: uma própria para receber cesta aérea para serviços públicos (C) e a segunda para transporte de passageiros (TC), com uma terceira porta tipo sanfona e 18 lugares. Pouco depois a capacidade do caminhão foi elevada para 1,6 t, passando a denominar-se CTT-1600.

Simultaneamente à modernização da família CTT, ainda no final da década, a Tramontini se lançou numa rota mais ambiciosa: planos de fabricação de um verdadeiro caminhão, envolvendo projeto, construção e testes de um protótipo com PBT de 7 t. Apresentado em 1992, possuía motor diesel Maxion de quatro cilindros e 90 cv, caixa Clark de cinco marchas com reduzida e tração nas quatro rodas. Dessa vez o veículo ganhou uma cabine de aço fechada (do Chevrolet D-40), complementada por um grande capô basculante de plástico reforçado integrando para-lamas e grupo ótico (do Monza). A empresa contava produzir 30 unidades/mês, subindo para cem mensais no quarto ano. A dificuldade de obter recursos para sua industrialização, contudo, levou ao abandono do projeto e à radical mudança de rumo dos negócios.

Em 1994, já sob a administração da segunda geração da família – e como efeito direto da política de liberalização das importações do governo Collor (já então destituído do poder) –, a Tramontini iniciou a montagem de cultivadores motorizados e de pequenos motores diesel monocilíndricos de quatro tempos com componentes importados da China. Foram inicialmente fabricados dois modelos de cultivadores, GN12 e GN15, respectivamente com 12 e 15 cv, caixa de seis marchas, transmissão por corrente dupla e banco para o operador. Logo seguida da GN18 (18 cv), as máquinas vinham equipadas com enxada rotativa, porém podiam receber diversos outros implementos, tais como roçadeira, arado, aparador de grama e reboque. Para acolher os novos produtos, em 1995 a empresa se transferiu para instalações mais amplas em Venâncio Aires (RS). Três anos depois foram agregados à linha os primeiros modelos de grupos geradores e motobombas. A produção de carretas motorizadas foi descontinuada.

A Tramontini observaria crescimento especialmente forte no novo século. Sempre focada no fornecimento de equipamentos voltados para a agricultura familiar, em 2003 lançou o cultivador GN18 Master, evolução do GN18, trazendo prático sistema de engate rápido, desenvolvido pela própria empresa, que permitia a troca de implementos em menos de um minuto. O Master deu origem a uma família que incluía a capinadeira CET18 e o trator-transportador TTA18, com capacidade para 1,2 t. Um dos mais atualizados da categoria, o transportador tinha motor de 18 cv com sistema de refrigeração selado, tração nas quatro rodas, bloqueio de diferencial traseiro, freios a disco na frente, direção hidrostática, polia auxiliar e banco anatômico estofado para o operador. Além de articulado, o chassi era pivotado, permitindo o desalinhamento horizontal dos eixos em até 10°.

Em 2007 a Tramontini colocou em produção seus primeiros tratores agrícolas, os modelos T3025-4 e T5045-4, de 30 e 50 cv, chineses montados no Brasil com componentes importados. Logo a empresa teve que tratar de aumentar o conteúdo local nos cultivadores e tratores, de modo a alcançar índice mínimo de nacionalização de 60%, necessário para obter financiamentos federais da Finame e do programa Mais Alimentos. O esforço seria largamente recompensado: sabendo aproveitar a fase favorável de expansão econômica vivenciada pelo país, a empresa ganharia participação no mercado, mais do que quintuplicando seu faturamento entre 2006 e 2010.

A linha nacionalizada passou a compreender os cultivadores GN12 e 18 (ambos também na versão Master), o transportador TTR18 e três tratores de pneus da Série Brasil, lançados a partir de 2009, todos com tração 4×4, freios a disco e direção hidrostática. Eram eles: T3230-4 (1,7 t, motor diesel Tramontini de três cilindros, 1.813 cm3 e 32 cv) e a nova versão T5045-4 (2 t, quatro cilindros, 2.545 cm3 e 50 cv), ambos com oito marchas à frente e duas a ré, também disponíveis em configuração estreita, própria para culturas de frutas e café. O terceiro trator da Série Brasil, e primeiro de médio porte da marca (T8075-4, de 3,35 t), foi lançado no início de 2011; possuía motor Tramontini de 4.400 cm3 e 80 cv, 24 marchas à frente e oito a ré e freios a disco em banho de óleo (em 2014 o modelo foi substituído pelo 1680, com motor de 4.580 cm3 e os mesmos 80 cv, tração dianteira auxiliar e câmbio de 12 marchas com reversão).

Em 2012 a empresa apresentou dois tratores industriais, adaptando modelos agrícolas para serviços de logística e movimentação de cargas; com tração traseira e pneus rodoviários, os equipamentos receberam a denominação 3230-2 e 5045-2. Em junho do mesmo ano, na feira Expocafé, apresentou o trator agrícola 1640 Super Compacto, com motor Tramontini de três cilindros, 1.813 cm3 e 40 cv, tração nas quatro rodas, câmbio de quatro marchas com reduzida e eixo dianteiro articulado, permitindo inclinação de até 240 com relação ao eixo traseiro; projetado para as culturas de uva e café, tinha apenas 1,17 m de largura, o que o caracterizava como o mais compacto do mercado na faixa de potência.

Em 2013, por fim, ingressou no mercado de empilhadeiras, apresentando dois modelos com a marca TEC (Tramontini Empilhadeiras a Combustão), equipados com motor Nissan (2,5 l, 51 cv, a gasolina ou GLP) e transmissão semiautomática com conversor de torque; as máquinas tinham capacidade para 2,5 e 3 t.

 

O que houve de novo a partir de 2014

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