STUDEBAKER |
A Studebaker foi fundada em 1852 como fabricante de carruagens, negócio no qual se manteve até 1921. Desde o final do século XIX fornecia chassis para alguns fabricantes locais de automóveis, em 1902 decidindo produzir seus próprios veículos. Após passar por grave crise no início dos anos 30, a empresa procedeu à radical modernização dos seus produtos, para isto contando com a decisiva contribuição do desenhista industrial francês Raymond Loewy. Contratado em 1936, seu estilo “futurista” marcaria não só a produção da marca até os anos 50, como o desenho de toda a indústria automobilística norte-americana. Assim como diversos outros fabricantes médios dos EUA, contudo, a Studebaker não conseguiu enfrentar a concorrência esmagadora dos “Três Grandes” – GM, Ford e Chrysler –, em 1966 encerrando a produção.
Assim como Ford e GM, veículos da Studebaker já vinham sendo montados em São Paulo (SP) desde a década de 20. Descontinuada durante a II Guerra Mundial, a produção de automóveis, picapes e caminhões da marca foi retomada em 1947 pela Distribuidora de Automóveis Studebaker Ltda. e, a partir de 1952, por sua sucessora Vemag – Veículos e Máquinas Agrícolas S.A.. Os veículos eram importados sob a forma SKD. Desde 1946 a caçamba das picapes e as carrocerias dos caminhões importados já eram integralmente fabricadas no país, sendo mesmo oferecidas para terceiros com a marca Auto-Body.
Em 1948 a montagem local atingia 20 unidades diárias – 15 caminhões e cinco utilitários (picapes, furgões e caminhonetes). Chassis chegavam totalmente desmontados, sendo longarinas e travessas soldadas no local. A partir do final do ano, com a chegada da linha 1949, também as cabines dos caminhões e picapes passaram a ser aqui montadas. Ônibus completos “inteiramente de alumínio” também teriam sido por pouco tempo fornecidos pela empresa. Estima-se que tenham sido produzidos cerca de seis mil automóveis e dez mil veículos comercias nas modernas instalações construídas pela empresa no bairro do Ipiranga, em São Paulo (SP).
Tardiamente, em meados de 1954, a Studebaker esboçou algum interesse em investir na fabricação de veículos completos no Brasil. Considerando que já havia a produção de “peças pequenas” e que já se encontrava “em andamento” a nacionalização de cabines, um alto executivo da empresa em visita ao país pontuou que em dois anos poderiam ser “iniciados os primeiros estudos” para a fabricação de motores. Com isso, a nacionalização completa seria atingida em cinco anos, “conforme ocorreu na Índia“, momento em que a marca estaria pronta para atender a 20% da demanda nacional de 50.000 caminhões que previa para então. A visita não se converteu, porém, em qualquer ação concreta.
A criação do Geia e os planos federais para a implantação da indústria automobilística, divulgados em 1956, obrigaram à suspensão das importações e à interrupção da simples montagem de veículos estrangeiros no país, inclusive Studebaker. Revendo sua estratégia, a Vemag converteu suas instalações industriais, destinando-as à nacionalização de automóveis DKW e caminhões e chassis Scania-Vabis.