SLC |
Fundada por dois colonos alemães e mais antigo fabricante brasileiro de colheitadeiras de grãos, a Schneider, Logemann & Cia. Ltda. iniciou sua história de sucesso em 1945, ao inaugurar uma oficina mecânica em Horizontina (RS), onde logo passou a fabricar ferramentas para beneficiamento de madeira e implementos agrícolas com a marca SLC. Em 1947 produziu as primeiras trilhadeiras para cereais, por muitos anos seu principal produto. Dez anos depois, em 1958, entrou no mercado de colheitadeiras mecânicas, lançando um modelo rebocado por trator. Em 1965, por fim, foi a responsável pela produção da primeira colheitadeira autopropelida doo Brasil, a máquina pioneira SLC 65-A, equipada com motor a gasolina Chevrolet nacional, baseada na tecnologia do modelo 55 da norte-americana John Deere.
O projeto foi coordenado pelo engenheiro Fernando Krause, conhecido no setor como “pai das colheitadeiras no Brasil”; ex-funcionário da Ideal, para lá retornou posteriormente, vindo a ser também responsável pela primeira colheitadeira automotriz daquela marca. Em 1969 a 65-A foi substituída pela SLC 1000, já com projeto próprio, que teria grande aceitação e seria fabricada por dez anos. Equipada com motor Mercedes-Benz e caixa de cinco marchas acoplada a variador de velocidades hidráulico, possuía plataforma de corte com largura de 4,2 m. A seguir vieram os modelos de maior porte 2000 e 2200.
Em 1979 a John Deere adquiriu 20% das ações da SLC, dando início a um relacionamento que levaria, vinte anos depois, à aquisição integral da empresa. Em 1983 foi lançada um equipamento totalmente novo – a 6200, com tanque graneleiro de 3.900 l – já agora com tecnologia norte-americana: com ela, pela primeira vez a SLC usaria em suas máquinas a cor verde da John Deere, embora mantendo sua própria marca. O modelo traria como opcionais itens inéditos no segmento, tais como motor turbo-alimentado e transmissão hidrostática. Em 1986 seria disponibilizada a versão Turbo, com motor Mercedes-Benz de 148 cv. Equipamento de grande sucesso, a 6200 dominaria o mercado nos anos seguintes, com alguns milhares de unidades fabricadas. Naquele mesmo ano a linha de produtos foi enriquecida com a introdução de plantadeiras de precisão, também de projeto Deere.
Em 1987 seria lançada a SLC 7200, maior colheitadeira brasileira de então, com motor aspirado de 148 cv ou turbo de 162 cv, tanque graneleiro de 4.800 l e plataformas de corte de até 6,0 m de largura. A máquina receberia o Prêmio Gerdau Melhores da Terra do ano, na categoria Destaque. A linha de colheitadeiras foi renovada em 1993, com quatro modelos: 6300 e 7300 (atualização dos antigos 6200 e 7200), e as novas 7500 e 7700, as duas últimas novamente agraciadas com o Prêmio Gerdau: a 7700 Turbo em 1994, com o Troféu Prata na categoria Destaque, e a 7500 em 1996, com o Troféu Ouro na categoria Novidade.
Toda a linha de colheitadeiras, naquela altura, já vinha equipada com motores John Deere importados da Argentina. A SLC tornara-se, aos poucos, virtual dependente técnica da Deere, sendo simples questão de tempo sua absorção total pela empresa norte-americana. Ainda em 1996 a participação no capital da firma gaúcha aumenta para 40%, levando à alteração da razão social para SLC-John Deere Ltda.; ato contínuo, a planta de Horizontina passa a produzir tratores de pneus John Deere. Em 1999 a Deere assume o restante do capital e em 2001 a marca SLC é descontinuada. As colheitadeiras de Horizontina, porém, seguiriam sendo não só as preferidas do mercado (cerca de 40% de participação, em 2008) como também as mais exportadas (60% do total nacional), vendidas em quantidade inclusive para a Alemanha.