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Fundada em 1960 em Ribeirão Preto (SP), a Santal Equipamentos S.A. Indústria e Comércio é uma das pioneiras brasileiras na mecanização da colheita de cana-de-açúcar. A empresa foi criada por Arnaldo Ribeiro Pinto e seu filho Luís Antônio, então proprietários da usina Santa Lydia, que começavam a detectar dificuldades na gestão de mão-de-obra para a operação do negócio. Seu primeiro projeto, ainda nos últimos anos da década de 50, foi uma colhedora de cana inteira (SL), a primeira nacional, montada sobre trator de esteiras Caterpillar, versão que, aperfeiçoada, deu origem aos modelos CTD e CTE, sobre tratores de pneus, lançados já com a marca Santal. Extremamente simples, apesar de cortar uma fileira de cana por vez, o modelo CTE depositava em uma só leira, por meio de um mecanismo condutor, o resultado do corte de cinco fileiras.

Especializando-se no setor açucareiro, no início dos anos 60 a Santal introduziu em linha uma carregadora de cana montada sobre trator agrícola – a segunda a ser produzida no país – equipamento do qual se tornou o maior produtor nacional. Também na década de 60 foram produzidas as primeiras plantadoras de cana (rebocadas) da marca. Na mesma época, buscando ampliar sua área de atuação, a empresa lançou uma pequena linha de equipamentos para construção, sempre adaptável a tratores de pneus fabricados por terceiros, tais como motoniveladoras, pás mecânicas e lâminas.

No início da década seguinte foi lançada a colhedora de cana picada 110, a primeira da categoria produzida no Brasil, fabricada sob licença da australiana Don Mizzi. A máquina, inicialmente montada sobre tratores Massey Ferguson, foi logo reprojetada e em 1976 relançada como Santal 115, já agora utilizando estrutura e mecânica dos tratores Valmet de 115 cv (sem o eixo dianteiro). Atingindo produtividade de 25 t/h, cerca de 400 unidades foram produzidas. Os anos 70 ainda assistiram ao lançamento do veículo de transbordo VT-8 para o transporte de cana (inteira e picada), com capacidade para 8,0 t ou 23 m3 – o primeiro do país. Na ocasião, além das lâminas para tratores, a linha para uso geral incluía a pá carregadeira PAC-1800 e a motoniveladora NIV-110.

A abertura das importações de equipamentos para colheita, no início da década de 80, obrigou a Santal a reforçar sua posição no mercado. Em lugar de atualizar seu produto, optou por lançar um equipamento totalmente novo (cujo protótipo já fora apresentado na safra 1978-79) – aquele que seria sua primeira colhedora autopropelida, à qual denominou Rotor. Inovadora, a máquina utilizava um rotor com aletas radiais para o deslocamento da cana picada e a separação de matérias estranhas, proporcionando maior limpeza dos toletes e eliminando completamente o uso de esteiras mecânicas, fonte de metade dos defeitos e gastos de manutenção naquela categoria de equipamento. O lançamento, porém, coincidiu com a recessão econômica que o país começou a viver na época, levando à drástica redução da produção de colhedoras, de 82 unidades em 1978, para 28 em 1981.

Como estratégia de sobrevivência, a Santal seguiu no cuidadoso esforço de diversificação, mantendo, porém, o foco na agroindústria. Ainda nos anos 80 lançou uma linha de guindastes hidráulicos embarcados e, na década seguinte, diversos implementos para a cultura de amendoim (arrancador, transbordo e carreta secadora).

Em 1990 apresentou sua nova colhedora de cana, o modelo Amazon, de concepção simples e com menor conteúdo hidráulico – portanto mais barata do que a concorrência – que permaneceria em produção até 2007. Em sua última versão, chamada Amazon 2000, dispunha de tração dianteira com opção 4×4, bitola traseira variável, transmissão hidráulica com redutores nas rodas e duas alternativas de motorização: Mercedes-Benz de 336 cv e Scania de 320 cv. Em 1995 foi a vez da renovação do projeto da carregadora de cana, com o lançamento do modelo CMP Master, até recentemente em produção e que se tornaria, segundo a empresa, líder mundial em vendas. Montado sobre tratores de pneus de médio e grande porte de qualquer marca, dispõe de versão com bitola larga para operação em terrenos com inclinação acentuada.

A transição entre os séculos XX e XXI foi cenário de acelerado processo de mecanização da agricultura brasileira, com ele aumentando a presença no país dos grandes fabricantes multinacionais de equipamentos, quer através de maciços investimentos em suas filiais, quer pela aquisição de empresas de capital nacional. Para melhor enfrentar a concorrência no segmento de colhedoras de cana – cujos equipamentos eram mais caros, porém com desempenho muito melhor – em 2004 a Santal lançou mais um modelo inovador, de grande porte e projeto totalmente novo, chamado Tandem. Além de permitir o descarregamento da cana picada dos dois lados (ao contrário dos anteriores, com lançamento apenas pela esquerda), a nova máquina tinha um inédito sistema de tração hidrostática 6×4, com os eixos traseiros em tandem e pneus de alta flutuação, aliando a agilidade das colhedoras sobre pneus à menor compactação do solo dos modelos sobre esteiras. Equipada com motor Scania de 12 litros e 336 cv, a colhedora possuía quatro conjuntos intercambiáveis na parte frontal, permitindo atender a diversos espaçamentos entre as fileiras de cana, além de dispor de um kit especial para a colheita de mudas. A Santal Tandem obteve o Prêmio Especial na edição 2006 do Prêmio Gerdau Melhores da Terra. Um protótipo sobre esteiras foi apresentado em 2010, na feira Agrishow.

Em janeiro de 2012 a transnacional AGCO assumiu o controle da empresa, após adquirir 60% do seu capital. A Santal era então a maior e uma das poucas empresas ainda brasileiras do setor. Ao ser vendida, seu catálogo compreendia sete modelos de transbordadores rebocados ou sobre caminhão, uma grande unidade tracionada para o plantio de cana picada (PCP2), além da colhedora Tandem e da carregadora CMP.

<santal.com.br>   <agco.com.br>





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