SAGRES |
Tradicional fabricante de carrocerias para veículos comerciais do Rio de Janeiro (RJ), atuando ao longo de toda a década de 50 e o início de 60. Oficialmente chamada Fábrica de Carrosserias Sagres, Costa & Osório Ltda., a empresa inicialmente se concentrou na construção de carrocerias metálicas tipo baú, para caminhões leves e médios, logo transitando para a transformação sob encomenda de picapes em furgões, ambulâncias, “rádio-patrulhas” e “rabecões” (como eram então popularmente conhecidos carros de polícia e funerários). Esporadicamente também construía micro-ônibus e caminhonetes de passageiros.
Em 1958, em pleno deslanche dos planos de implantação da indústria automobilística brasileira, a empresa apresentou ao Ministério da Indústria o protótipo de um “carro de passeio“, resultante da transformação de uma picape Ford F-100 nacional em cabine-dupla com porta-malas, desenho que serviu de inspiração para muitos outros fabricantes artesanais. A picape tinha a distância entre eixos aumentada em 20 cm, sendo a cabine completada com novo teto moldado em chapa, levemente mais baixo, e com mais duas portas, iguais às dianteiras, encurtadas 6 cm e montadas em posição “espelhada”. O capô de motor original foi utilizado como tampa do porta-malas, que, na extremidade traseira, adicionalmente recebeu uma tampa vertical com abertura basculante. Para-lamas iguais aos dianteiros foram montados na traseira; para reduzir a impressão de simetria, no entanto, as peças foram alongadas. O carro transportava folgadamente seis passageiros e 700 kg de carga.
No final de 1959, foi lançado um modelo mais simples, ainda sobre a F-100, uma cabine-dupla com duas portas e vidros fixos na traseira. A caçamba, construída pela própria Sagres, era integrada à cabine. Ao longo da década seguinte, com o lançamento das caminhonetes e cabines-duplas Chevrolet “de fábrica”, as transformações de picapes Ford foram caindo em desuso. Com a queda da demanda, e carente de modernização, também a Sagres perdeu mercado e encerrou as atividades.