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PROTON | galeria

Criada em 1980, Proton Design era a empresa de projetos do piloto e engenheiro cearense Pedro Virgínio Onofre Barbosa. Além de prolífico criador de veículos de lazer e competição, sua empresa, sediada em Fortaleza (CE), produzia grande diversidade de objetos e equipamentos de plástico reforçado com fibra de vidro, tais como mobiliário residencial e urbano, brinquedos para playgrounds e luminárias para iluminação pública.

Ainda no início dos anos 80, Pedro Virgínio projetou seu primeiro veículo, o harmônico e bem proporcionado buggy Búzio – apesar de suas linhas retas e aspecto “militar”. Naturalmente montado sobre plataforma Volkswagen, dele foram construídas apenas três unidades. Seu segundo projeto foi o bonito cupê esportivo Cucaracha, de dois lugares e mecânica VW 1600. De perfil baixo e interior espaçoso, recebeu um painel de belo desenho com console central e instrumentação completa. Antes do final da década Pedro construiu seu segundo buggy, o Tatuí, mais próximo do que se convencionou chamar “estilo nordestino”, conferindo-lhe linhas menos duras, porém ainda com arestas vivas em quantidade. Anos depois o buggy seria substituído pelo mais convencional Tatuí 2, com estilo suave, quase sem ângulos vivos. Apesar de mais próximo do estilo médio local, o carro ainda tinha personalidade própria, graças aos faróis e lanternas de formas orgânicas (ao contrário do formato retangular dos modelos anteriores), ao amplo para-brisa e ao para-choque tubular, completado com chapa de alumínio xadrez. Todos estes modelos tiveram poucas unidades fabricadas.

A partir do início da década de 90, Pedro Virgínio passou a dedicar maior atenção ao esporte automobilístico, projetando e construindo importantes protótipos de competição. O primeiro deles – e base para os demais – foi o Proton 1600, que recebeu estrutura tubular, carenagem de fibra de vidro e mecânica VW 1600 refrigerada a ar. O modelo foi seguido do Proton 2000, equipado com o então moderno motor VW AP de dois litros refrigerado a água, de excelente desempenho em provas de resistência e vencedor dos 1.000 Km de Brasília. Este, por sua vez, deu origem ao Espron, também desenvolvido por Pedro Virgínio, em 1994. Carro de grande sucesso, foi posteriormente fabricado em Brasília (DF) com motor BMW, ganhando projeção nacional sob o patrocínio de Nelson Piquet.

Do 2000 também derivaram os modelos BP (motor BMW) e HC (Honda Mugen de dois litros e 200 cv). Na virada do século vieram dois outros protótipos: Jaguaribe, com motor AP 2000 sobre chassi de Fórmula Ford JQ Racing, em versões aberta e fechada; e JB, o mais bem desenvolvido dentre os projetados pela empresa, ainda com o motor AP de dois litros a álcool, dupla carburação, caixa Hewland, suspensão multilink, radiadores laterais e fundo carenado. Entre tantos protótipos, a Proton não deixou de contribuir também com um projeto para a Fórmula Ford.

Nos anos recentes o foco da empresa se voltou para o desenvolvimento e construção de carros para provas da categoria Turismo. Em 2005 projetou o CTM, inspirado no DTM alemão, como alternativa nordestina para corridas de stock-cars. Apesar dos seus predicados nas pistas, o custo de aquisição do carro foi considerado elevado, o que levou a associação cearense de pilotos da categoria a solicitar a preparação de um modelo mais acessível, daí resultando no ST (de Super Turismo) 1.6.

O carro utiliza motor 1.6 do Chevrolet Corsa, montado num chassi tubular especialmente projetado em posição transversal traseira; a carroceria é de fibra de vidro e o posto de pilotagem foi deslocado para posição mais central, aumentando a segurança e melhorando a distribuição de peso. O ST 1.6 foi recentemente substituído pelo ST 2.0, equipado com motor Ford de dois litros e trazendo nova suspensão traseira independente e carenagem de fibra de novo desenho.

Em 2008 foi formada no Ceará a categoria Fórmula V 1.8, única de monopostos no Nordeste do país, criada frente à necessidade de se dispor de um carro de baixo custo para pilotos iniciantes, saídos dos karts. Segundo projeto do piloto e engenheiro Alexandre Romcy, amigo de Pedro Virgínio desde a década de 90, a Proton construiu dois modelos – AM1 e AM1L (diferindo somente na largura do cockpit e altura do santantônio) -, ambos com motor Volkswagen AP 1.8 de 130 cv e câmbio sequencial de cinco marchas, também VW.

A última criação de Pedro Virgínio, desta vez a quatro mãos com seu filho – também Pedro – foi o radicalmente novo buggy P2, com motor traseiro VW AP 2000 turbo e freios a disco nas quatro rodas de aro 17”. Apesar de trazer estilo caprichado e grandes novidades na carroceria de fibra, como o enorme para-brisa dianteiro, a estrutura do teto (fazendo as vezes de gaiola e santoantônio) e a capota plástica translúcida removível, o bonito carrinho mantinha os atributos típicos dos buggies tradicionais: ausência de portas, muita área livre e grandes ângulos de ataque e de saída.

Pedro Virgínio faleceu em janeiro de 2012, deixando em meio a construção de um belo GT de alta performance, cuja carroceria já se encontrava em fase de moldagem.





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