PRETTY |
Fabricante carioca de carros de fibra de vidro montados sobre plataformas encurtadas de qualquer modelo Volkswagen. Com razão social Pretty Car Carrocerias de Veículos Ltda., a primeira criação da empresa foi um pequeno automóvel de dois lugares e estilo “nostálgico”, lançado em 1982, que levou o nome Pretty Calhambeque. De carroceria compacta, com capô de linhas quadradas simulando o radiador de carros antigos (porém lembrando mais um esportivo MG), conta o folclore do setor ter sido seu estilo inspirado no automóvel do Pato Donald, o mais famoso personagem dos quadrinhos de Disney.
O carrinho não tinha portas; o para-brisa, estruturado em alumínio, não era rebatível e o estepe ficava montado na traseira, sobre a cobertura do motor. A capota de vinil era fixada na carroceria por meio de botões de pressão; por trás dos bancos era encaixado um arco (também de alumínio) que mantinha esticada a capota. Sua carroceria era moldada em duas partes; quando unidas, integravam a plataforma VW, o que impedia que a transformação fosse realizada pelo próprio cliente (daí o carro não ter sido fornecido sob a forma de kit). Em compensação, a Pretty aceitava trabalhar com veículos usados. Simpático, o Calhambeque foi um sucesso de vendas e teve 536 unidades fabricadas.
Para o ano seguinte foi preparado o jipe Dakar, segundo o mesmo esquema “plataforma encurtada e carroceria de fibra”. Suas linhas retas e superfícies planas, cheias de arestas, davam-lhe ares de carro valente e “parrudo”. A mecânica original VW, porém, não apresentava nenhuma alteração, não passando o veículo de um buggy com visual de utilitário. Tinha duas portas, quatro lugares, santantônio duplo, para-brisa rebatível e bagageiro sobre o motor.
Antes do final da década a Pretty deixou de operar. A produção do Dakar, no entanto, foi retomada anos depois em Salvador (BA). Além do modelo original, foi lançado o Dakar Plus, nova versão menos rústica e com linhas mais harmônicas. Muito bem proporcionado, o carro trazia para-brisa fixo com moldura de fibra integrada à carroceria e um interessante santantônio ao estilo targa, com a superfície superior ascendente, permitindo a conformação do teto em dois níveis e o conseqüente melhor aproveitamento do espaço interno. Mais tarde seria introduzida uma variante do modelo, chamada Plus II, com estilo ainda mais “adoçado”, graças à nova dianteira com capô mais curvo e aos conjuntos óticos do Ford Escort.