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A empresa N. R. Diesel Comércio Serviços e Representações Ltda., de Carpina (PE), foi criada em 1994 para operar no ramo de comércio de veículos. Quatro anos depois alterou o registro comercial, incluindo entre suas finalidades a fabricação de carros-fortes e veículos blindados. Obtida a devida autorização do Exército, a empresa projetou um original veículo para transporte de valores, ao qual deu o nome Loff. De construção monobloco em chapas de aço soldadas, possuía cabine avançada e para-lamas, estribos e para-choque traseiro de plástico reforçado com fibra de vidro. Equipado com blindagem nível 5 (a mais elevada disponível no mercado, capaz de absorver impactos de tiros de fuzil AR-15) e seteiras com maior ângulo de visão, foi colocado em fabricação na filial de São Paulo (SP), constituída no ano 2000, com capacidade de produção entre 10 e 15 carros/mês.

Pouco depois a empresa foi adquirida pelo Grupo Nordeste, com sede em Pernambuco e o segundo do país em segurança privada, que decidira fabricar seus próprios blindados em função da dificuldade que o mercado vinha tendo em atender às suas demandas em quantidade e rapidez. O veículo foi relançado com pequenas alterações e equipamento mais sofisticado, entre os quais sistema de rastreamento por satélite, comando remoto de abertura do cofre e câmera interna que permitia conduzir o veículo mesmo com os para-brisas estilhaçados. A linha de fabricação foi mantida em São Paulo, sob responsabilidade da Transbank, subsidiária de serviços de segurança bancária e transporte de valores para as regiões Sul e Sudeste.

Dada a determinação do Ministério da Justiça de reforçar os padrões de segurança dos blindados para transporte de valores em uso no país, o Grupo Nordeste também contava suprir parte do mercado com os produtos de sua fábrica. Dois anos depois, tendo construído apenas 60 unidades para uso próprio e sem qualquer venda para os transportadores concorrentes, tentou o mercado externo, vendendo dez carros para a Argentina.

A resistência das demais empresas de segurança em adquirir o veículo da Transbank, agravada pelo surgimento de diversas novas empresas especializadas na produção de blindados, dificultou a penetração no mercado e tornou irreversível a ociosidade da fábrica própria, inviabilizando a indústria e levando o Grupo controlador a encerrá-la pouco depois.