Em 27 de fevereiro, semana de Carnaval, a Volkswagen divulgou os primeiros teasers de seu novo utilitário esportivo Tera. Quatro dias depois, num domingo, em pré-lançamento no Sambódromo carioca, o carro apareceu de corpo inteiro em sua versão superior High com pacote Outfit.
Resultado de quatro anos de trabalho, desenhado e 100% desenvolvido pelas equipes brasileiras de engenharia e design, chega para ser o utilitário esportivo mais barato da marca, situado entre Polo e Nivus, concorrendo diretamente com Citroën Basalt, Fiat Pulse e Renault Kardian.
É ambiciosa a missão conferida pela Volkswagen ao carro: tornar-se um modelo “de volume”, um best-seller, SUV mais vendido do país. Em resumo, vir a ser herdeiro do extremo sucesso de seus antecessores Fusca e Gol – intenção claramente sugerida pela imagem gravada no vidro traseiro do carro, mostrando o perfil dos três modelos em fila.
Poucas informações foram fornecidas no evento de pré-lançamento: quatro versões, plataforma MQB A0 (a mesma do Polo, T-Cross e Virtus), 81% de conteúdo nacional, exportação para 25 países da América Latina e Caribe e chegada às concessionárias em maio. Apesar de utilizar a plataforma do Polo, o utilitário com ele não compartilha nenhum componente externo aparente: ao contrário, traz carroceria inédita, estreando nova identidade visual da marca no Brasil, remetendo aos novos Tiguan e Tayron europeus.
O acesso ao Tera foi logo liberado à imprensa que, após ampla cobertura fotográfica e análise de tudo que viu, externa e internamente, pôde traçar um perfil mais completo do modelo, mostrando detalhes que a própria empresa ainda não revelara oficialmente.
O relato a seguir é, portanto, parcial: além de tomar por base apenas observações visuais dos jornalistas, se atém somente à versão superior High Outfit mostrada no Sambódromo.
Com 2,56 m de distância entre eixos (as demais dimensões não foram informadas), aparenta ser pouco mais longo que o Polo e ter espaço interno equivalente, porém com porta-malas sensivelmente mais amplo.
Suas quatro versões – MPI, TSI, Comfort e High – serão acompanhadas, no lançamento, pela série especial The Town (referência ao festival de música patrocinado pela VW a ser realizado em setembro, em São Paulo). MPI chegaria com motor 1.0 aspirado de 77/84 cv e câmbio manual de cinco marchas; as demais versões com 1.0 turbo de 109/116 cv – TSI com câmbio manual e as duas superiores com caixa automática de seis marchas.
O interior do carro, observado com atenção pela imprensa, se mostrou bem equipado, com alguns itens só encontradas em modelos mais caros, desenho atualizado (em certos aspectos lembrando o interior do hatch elétrico ID.3 alemão) e acabamentos com plásticos texturados e materiais de melhor qualidade. Painel e console central são exclusivos do modelo.
É o seguinte o conteúdo da versão High: chave presencial tipo canivete, direção com assistência elétrica, seis airbags, ar-condicionado digital, vidros elétricos, quadro de instrumentos digital com tela de 10,25″, central multimídia com tela de 10,1″, banco do motorista com regulagem de altura, volante multifuncional com regulagem de altura e profundidade, troca de marchas do câmbio automático por borboletas no volante, partida por botão, sistema start-stop, carregador de celular por indução, câmera de ré, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, sensores crepuscular e de chuva, frenagem de emergência, controle de velocidade adaptativo, detector de fadiga do motorista, faróis, lanternas e iluminação ambiente de led, encosto traseiro bipartido, barras longitudinais no teto e rodas de liga de 17″. O pacote Outfit inclui bancos com revestimento premium, rodas de liga de 17″ com fundo escuro e teto e capa dos retrovisores na cor preta.
A produção seriada do Tera teve início dia 13 de março, na fábrica de Taubaté (SP). O carro será oficialmente lançado em maio.