Infelizmente foi-se o tempo em que a General Motors investia em designno Brasil. Não há como esquecer de projetos preciosos, todos eles desenvolvidos “em casa”, como o da picape C-1404 e seus derivados, de 1964, em especial a ultrafamosa Veraneio, assim como muitos outros que vieram a seguir, até a terceira geração do Vectra, lançada em 2005. E, dentre os projetos importados da Europa, como não lembrar do charmoso primeiro Chevette, das linhas fluidas do Opala Cupê, da Caravan e do Monza, do elegante Omega?
A partir de 2009, com a grande crise da matriz, que quase levou-a à falência não fosse a intervenção do governo dos EUA, mudou a política da empresa para o Brasil. Em 2011 os últimos automóveis nacionais médios da marca – Vectra e Astra – foram retirados de linha. A produção local ficou restrita às picapes e a automóveis pequenos, projetados na Coréia do Sul por desenhistas anônimos para mercados “do Terceiro Mundo”. Assim nasceu a minivan Spin, em 2012, substituindo a um só tempo as ainda hoje modernas Meriva e Zafira.
Com dianteira excessivamente alta (bem merecendo o apelido popular que logo recebeu – “focinho de capivara”), com exígua área envidraçada e deselegante sob qualquer ângulo em que fosse olhado, o estranho carro logo assumiu o posto de mais feio automóvel nacional. É evidente que “gosto não se discute”, é questão pessoal (que o digam os taxistas, que têm a minivan como “queridinha”), mas há princípios básicos de design– equilíbrio, proporções, fluidez, movimento – que, há que se convir, sempre faltaram à Spin.
Enfim, seis anos depois de lançada, a Chevrolet decidiu submetê-la ao primeiro facelift – parcial, porém com excelentes resultados. A apresentação da linha revista foi iniciada em junho, pela versão Activ, seguida no mês seguinte pelas demais LS, LT e LTZ.
Chevrolet Spin Activ 2019.
A partir de agora classificada pela GM como crossover, não mais minivan, a Spin teve a dianteira totalmente redesenhada, com novos para-choques, grade, faróis, para-lamas e capô. Na traseira, também são novos o para-choque, a tampa da mala, as lanternas e o aerofólio na extremidade do teto. A placa de licença foi transferida do para-choque para o centro da tampa traseira – solução simples que aliviou em muito a sensação visual de “peso” que o carro transmitia quando visto por trás.
A versão Activ ganhou novas faixas decorativas laterais, novo rackem U no teto e rodas de liga de 16″. O estepe, antes montado externamente na traseira, agora temporário, foi transferido para baixo do piso do porta-malas.
Há versões com cinco e, para LTZ e Activ, sete lugares (neste caso chamado Activ7); o banco traseiro passa a ser deslizante, com curso de até 11 cm para aumentar o volume do bagageiro (que assim passa de 710 para 756 l) ou o espaço para os dois passageiros adicionais.
Toda a linha traz painel e quadro de instrumentos redesenhados, console central com novos detalhes e acabamento interior com materiais de melhor qualidade. Além de ajustes na suspensão e no câmbio automático, nada mudou na mecânica.
Desde a versão básica LS o Spin vem com ar condicionado, direção com assistência elétrica, vidros e travas elétricos, cintos de segurança de três pontos e apoio para cabeça para cinco passageiros. A versão LT também vem com sensor de estacionamento traseiro e retrovisores elétricos. LTZ e Activ, adicionalmente trazem luzes diurnas de led, acionamento automático de faróis e limpadores, câmera de ré e faróis com regulagem de altura.
Spin LTZ 2019.