C4 CACTUS

Nos últimos dias de agosto a Citroën colocou à venda sua última novidade brasileira – ou, sob outro ponto de vista, a primeira novidade da marca no árduo caminho para a recuperação de parte do espaço perdido no mercado nacional.

Citroën e Peugeot, ambas marcas do grupo PSA, respondem, cada uma, por bem menos de 2% do total de automóveis comercializados no país. A produção máxima da fábrica brasileira da PSA – 149.472 veículos – ocorreu em 2011, quando respondeu por cerca de 5% do total fabricado no país. A partir daí o comportamento das duas marcas veio permanentemente oscilando, com forte queda em 2015, quando chegou ao patamar mínimo de 69.712 carros – meros 3,3% da produção nacional. (Acentue-se que esses números dizem respeito à soma dos modelos Citroën e Peugeot, forma como a produção da fábrica de Porto Real é informada à Anfavea.) Nos últimos anos a Peugeot vem ocupando a 11posição e a Citroën a 12em vendas no Brasil. De mais de 87.000 carros vendidos em 2011, a Citroën ficou limitada a 22.000 unidades em 2017.

A situação crítica da PSA não é só brasileira. Há anos o Grupo se encontrava tecnológica e comercialmente estagnado na Europa. Hoje, reestruturada e muito mais dinâmica e ousada (prova disto é a aquisição recente das operações europeias da GM) a matriz se volta para o Brasil. Para começar, buscando recuperar a confiança do cliente, para isto dedicando meses de trabalho na recapacitação da rede de concessionárias e na qualificação de seus serviços. Agora, enfim, depois de três anos sem nenhuma novidade de peso, inicia a produção do C4 Cactus nacional.

SUV Compacto derivado do C3 lançado na Europa em 2014, o novo carro segue o estilo da versão recém-atualizada no ano passado, que dispensou as chamativas bolsas protetoras laterais, batizadas airbumps. Ao contrário do modelo europeu, nosso Cactus utiliza a mesma plataforma dos irmão C3 e Aircross e dos primos Peugeot 28 e 2008. Também é menos sofisticado internamente, dispensando, por exemplo, o airbag do passageiro no teto, ali instalado para abrir mais espaço no porta-luvas. Em compensação, o nacional possui janelas traseiras de baixar, em lugar dos vidros basculantes do europeu.

O carro chega com duas opções de motor 1.6 flex de quatro cilindros e 16 válvulas (aspirado de 1.587 cme 115/118 cv ou turbo com injeção direta de 1.598 cme 166/173 cv) e duas de câmbio (manual de cinco marchas e automático de seis).  Tem tração somente nas rodas da frente, suspensão dianteira McPherson e traseira por eixo de torção, freios a disco ventilados na frente com ABS (disco nas quatro rodas na versão superior Shine) e direção com assistência elétrica. o Cactus tem 4,17 m de comprimento, 2,60 de entre-eixos, 22,5 cm de vão livre do solo e bons ângulos de entrada e saída de 22e 32o. O porta-malas alcança 320 l de capacidade.

Internamente, herda alguns componentes de acabamento do C3/Aircross (maçanetas e botões de comando); alavanca de câmbio, painel de instrumentos (com tela digital monocromática de 7″) e central multimídia vem do C4. No painel e portas não há plásticos macios ao toque, só rígidos. O volante tem formato semielíptico.

São cinco as versões: Live (1.6 manual), Feel (1.6 manual ou automático) e Shine (1.6 automático). Muito bem equipado, desde a versão básica Live vem de série com painel digital, ar condicionado, vidros, travas e retrovisores elétricos, computador de bordo, volante com ajuste em altura e profundidade, banco do motorista com ajuste em altura, cintos e apoio para cabeça para os cinco passageiros, luzes diurnas em leds, rodas de aço de 16″ e rack no teto. Central multimídia de 7″ e comandos no volante são opcionais para Live.

A versão Feel traz, além desses, controle de estabilidade e tração, assistente de partida em rampa, faróis de neblina com função curva, monitor de pressão dos pneus, câmera de ré e controle de velocidade. São opcionais rodas de liga de 17″, banco traseiro bipartido 60:40, volante de couro, retrovisores na cor do carro e moldura branca nos faróis e airbumps.

Além destes itens, Shine vem com ar condicionado automático, bancos de couro, airbags laterais, sistema Grip Control (para quatro modos de terreno e condução: normal, areia, neve e lama), sensor de chuva e faróis, entrada sem chave e partida por botão. Como opcionais, airbags de cortina, sistema Active Safety Brake (emite alertas de emergência ao motorista e freia sozinho em caso de iminência de colisão com outro veículo ou pedestre), alerta de desvio de faixa, alerta de atenção do condutor, alerta de descanso e pintura em duas cores.

 

 

 





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