MC TUBARÃO |
Ativa equipe esportiva gaúcha especializada em provas de resistência, sediada na cidade de Campo Bom e comandada pelo piloto João Carlos de Andrade. Estreando em 1979 e a partir de 1990 disputando a categoria Stock Car; José Carlos sempre se responsabilizou pela preparação de seus carros. Em 1996, já com a equipe MC Competições formada, partiu para a construção de seu primeiro protótipo – MC Tubarão I. Se tratava de um Chevrolet Opala de seis cilindros e 4,1 l carenado, preparado com injeção eletrônica, câmbio de cinco marchas Saenz importado e diferencial blocante, que alcançava 300 cv e 220 km/h. Naquele mesmo ano venceu as 12 Horas de Tarumã, primeira prova da qual participou.
Para o Tubarão II, de 1998, foi construído um chassi tubular em liga de molibdênio e uma carroceria fechada, com a mesma mecânica Opala e motor montado na dianteira – configuração mantida até o sétimo protótipo. Em 1999 venceu as 3 Horas de Tarumã e Guaporé. Com a carroceria transformada em spyder, o protótipo se transformou no Tubarão III, gravemente acidentado nas 12 Horas de Tarumã de 2000.
O protótipo seguinte, de número IV, recebeu motor 4.1 e diferencial oscilante do Chevrolet Omega, sua preparação permitindo atingir 320 cv e 230 km/h; disputou provas em 2001 e também foi destruído num acidente em Tarumã. O Tubarão V, de 2002, foi equipado com motor Chevrolet V8 importado, com injeção direta, 5,7 l e 500 cv, tendo sido o único protótipo nacional classificado nos 500 Km de Interlagos de 2003, em 5º lugar. O modelo seguinte sofreu poucas alterações, a menos do câmbio Saenz, que passou a ser seqüencial. Para as temporadas de 2007 e 2008 a MC preparou seu primeiro protótipo com motor traseiro, o Tubarão VII. Projetado para receber motorização Ford V6 e caixa seqüencial Hewland de cinco velocidades importados, por motivo de custos acabou tendo o propulsor substituído pelo Volkswagen Golf/Audi turbo de 1,9 l, do qual conseguiu tirar 320 cv. O mais recente Tubarão VIII, o mais veloz até então construído, podendo atingir a máxima de 260 km/h, foi desenvolvido a partir de um protótipo MCR, ao qual foi aplicado o motor Golf/Audi e alterações na suspensão e carenagem. Por duas vezes foi Campeão do campeonato Gaúcho de Endurance e das 12 Horas de Tarumã (em 2010 e 2011). O Tubarão VIII foi seguido dos protótipos IX e MRX.
Três carros para provas de resistência foram simultaneamente desenvolvidos entre 2021 e 22. Porsche 914 Silhouette, o primeiro deles, recebeu chassi tubular e motor Honda K20 (do Accord), com gerenciamento eletrônico (não possui qualquer componente Porsche, seu nome se referindo ao modelo 914, que cedeu as formas da carroceria para moldar a carenagem do carro). Testado nas 1.000 Milhas do Brasil, apresentou problemas de motor; dois meses depois, contudo, chegou em terceiro nas 2 Horas de Guaporé, primeira etapa do Campeonato Gaúcho de Super Turismo de 2022.
O projeto do segundo veículo – um Ford GT40 Silhouette -, teve início no final de janeiro. Concluído em pouco mais de um mês, tomou por base um chassi tubular Metalmoro MR18, adaptado para receber o motor transversal Ford Duratec 2.3 de 280 cv e a transmissão Sadev em posição transversal central. A carenagem foi moldada a partir da carroceria da réplica GT40 da Furlan Automobiles, de Franco da Rocha (SP). Tubarão XI, o terceiro e mais complexo projeto, encontra-se em fase final de desenvolvimento, processo iniciado em meados de 2021 em conjunto com a Sigma P1, responsável pelo chassi e aerodinâmica. Seguindo o anterior IX, terá cockpit aberto e receberá motor Ford Duratec e câmbio sequencial de seis marchas. Deve estrear ainda em 2022
Em 2007, afastando-se da tradição, a MC chegou a projetar um moderno buggy, em quase tudo diferente do que já havia sido tentado até então no país. A menos do chassi tubular e da carroceria de fibra de vidro, usuais na produção corrente, o R1 era original tanto em mecânica quanto em estilo e acabamentos: motor traseiro Chevrolet Astra de dois litros com injeção eletrônica, caixa (também GM) de cinco marchas, suspensão McPherson nos dois eixos, freios a disco nas quatro rodas, coluna de direção regulável em inclinação e profundidade e tanque de combustível em aço inoxidável. Para a carroceria, utilizou faróis, para-brisa e painel do Peugeot 206, bancos esportivos, assoalho em chapa de alumínio xadrez e barras de proteção lateral, também funcionando como portas. Foi exemplar único. A equipe pretendia construir uma versão 4×4, o que, parece, ainda não aconteceu.
Além dos protótipos, a MC Competições prepara carros estrangeiros para provas esportivas, tais como Audi A3, BMW M3 e Volvo C30. Seus cinco primeiros protótipos (ou seus despojos, no caso do III e IV) hoje pertencem ao acervo do Museu do Automobilismo Brasileiro, em Passo Fundo.
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