MAXIBUS
|
Maxibus é a marca de fantasia das carrocerias de ônibus fabricadas a partir de 1993 pela Metalúrgica BGP Ltda., de Caxias do Sul (RS). A empresa foi fundada em 1984 por dois ex-funcionários da Marcopolo, tornando-se sua fornecedora de para-choques e mecanismos de itinerário. A produção de carrocerias, porém, só foi iniciada quase dez anos depois, quando a BGP apresentou um ônibus urbano sobre chassi Mercedes-Benz OF com estrutura de aço, calcado no modelo Torino da própria Marcopolo.
O segundo modelo foi um rodoviário de acabamento espartano para trajetos curtos e médios, já agora aceitando chassis com motor traseiro. Naquela fase suas carrocerias não recebiam nomes que as identificassem. Em 1995 a empresa mudou a razão social para Metalbus Indústria Metalúrgica Ltda., preservando porém a marca Maxibus. No ano seguinte lançou o primeiro microônibus. Em 1998 a Marcopolo atualizou sua linha de urbanos, apresentando o Torino 99, logo seguido pelo clone correspondente da Metalbus, preparado para chassis Mercedes-Benz (OF e OH), Scania F94 e Volkswagen.
Em 2000 a empresa começou a investir no mercado externo, lentamente iniciando as exportações, que em poucos anos absorveria quase toda sua produção. De modo a poder concorrer, no exterior, com a alta qualidade técnica apresentada pelos grandes fabricantes brasileiros de ônibus, a empresa passou a dar mais atenção ao desenho e à qualidade dos seus produtos. Suas carrocerias começaram a ganhar personalidade própria e pela primeira vez foram nomeadas. Nessa linha, projetou novo rodoviário, o Lince 3.40, com desenho mais original, especialmente na linha das janelas. O micro foi reestilizado em 2001, recebendo o nome Astor, e no ano seguinte foi lançado um urbano completamente novo, o Dolphin, também para chassis com motor central ou traseiro e piso ou entrada baixa. Com design limpo, portas largas e ampla área envidraçada, ainda era um projeto inspirado nos urbanos da Marcopolo (assim como os dos concorrentes Comil e Neobus, ademais), porém já tornava a empresa apta a atender à crescente demanda por veículos urbanos de maior qualidade e desempenho, adequados à operação em sistemas integrados e corredores exclusivos. A Metalbus fabricava, então, apenas 20 carrocerias por mês.
Em 2005 a empresa já se encontrava em outro patamar. A produção já alcançava 50 unidades mensais, 99% destinada à exportação, em especial para o Chile. Nova planta estava sendo construída na cidade vizinha de Flores da Cunha, o que permitiria dobrar a capacidade de fabricação. Como marco simbólico dessas conquistas, e coincidindo com os dez anos de sua constituição, foi lançado o rodoviário Lince 3.65 (referência à altura externa), a um só tempo avançado e elegante, que definitivamente permitiu distinguir a marca do restante do segmento. O novo ônibus tinha opção de vidros colados, para-brisa dianteiro em peça única, mesa para jogos, cafeteira, geladeira, monitores de vídeo com tela plana, piso do motorista acarpetado, calefação e ar condicionado. Diversas características construtivas o diferenciavam dos demais: teto de fibra de vidro, para-lamas basculantes para facilitar a troca dos pneus (e a colocação de correntes, no caso dos clientes chilenos) e as três primeiras fileiras de poltronas em desnível, “tipo teatro”, para aumentar a visibilidade.
Remodelado segundo as linhas gerais do 3.65 e passando a contar com versão para motor dianteiro, o modelo anterior veio a se chamar Lince 3.45. A seguir, o urbano Dolphin teve o estilo levemente alterado (novo conjunto ótico, nova grade para chassis com motor dianteiro) e ganhou a versão Dolphin Class, com uma porta, para transporte intermunicipal e fretamento, podendo receber ar condicionado e vidros fixos colados. Também o micro Astor, em suas duas versões (urbano e turismo), teve a frente modificada.
O ambiente positivo de 2005 não prenunciava as dificuldades que a empresa enfrentaria a partir do ano seguinte. Apesar da inauguração da nova fábrica a produção de 2006 foi 21,4% inferior à do ano anterior (420 unidades, contra 534), posicionando-a como a menor encarroçadora brasileira – menos de 1,7% do total, num período em que a produção nacional cresceu 9,3%. A crise decorreu da redução da rentabilidade dos seus negócios, totalmente dependentes das exportações. Afetada pela valorização do real a demanda externa minguou, não tendo a Metalbus como compensá-la com rapidez por meio do mercado interno. A redução das vendas (que resumiu a produção a somente 220 unidades em 2007) reduziu o capital de giro disponível e fez aumentar a necessidade de recursos adicionais para o pagamento de obrigações de curto prazo, inviabilizando a gestão do dia-a-dia da empresa.
No início de 2008 a Metalbus solicitou concordata e encerrou as atividades. Três meses depois, após renegociar as dívidas e demitir ¾ da força de trabalho, retomou a produção; o ano terminou com 85 carrocerias fabricadas. A conjuntura econômica do país viria a favorecer a lenta recuperação da empresa. Em 2009 o micro foi mais uma vez reestilizado e a produção subiu para 132 carrocerias, ainda longe, porém, da capacidade máxima de 420 unidades por ano. No ano seguinte foram lançados o Astor Midi, trazendo a mesma apresentação visual do micro Astor, e o Lince 3.25, alternativa de maior categoria ao simplificado Dolphin Class. Em 2013 o estilo do urbano Dolphin foi mais uma vez revisto.
A empresa, porém, continuava rateando em níveis reduzidos de produção e com insolúveis problemas administrativos. As dívidas reconhecidas e negociadas com a Justiça em 2008 não conseguiram ser regularizadas, com parcelas postergados e pagamentos de salários com freqüente atraso. Em setembro de 2014 a empresa mais uma vez parou a produção e, de portas cerradas, por três anos aguardou o encerramento do processo de recuperação judicial.
A solução foi por fim encontrada em 2017, quando marca, projetos, máquinas e ferramentas foram adquiridas pela também gaúcha EMA – Silos e Secadores Ltda., de Erechim, também fabricante de carrocerias especiais para picapes e caminhões. Sob nova razão social EMA Maxibus Carocerias e Equipamentos Ltda., a produção foi retomada no início do ano seguinte, naquela cidade, inicialmente restrita ao antigo micro Astor, levemente alterado na grade e nos faróis, nas versões urbana, rodoviária e especial.
<ema.ind.br>
- As primeiras carrocerias Maxibus foram um urbano (na foto) e um rodoviário para curtas distâncias.
- Publicidade de lançamento da carroceria Maxibus (fonte: Jorge A. Ferreira Jr.).
- Maxibus sobre chassi Mercedes-Benz OF de 1994 pertencente à empresa Real Rodovias, de Esteio (RS) (fonte: site deltabus).
- Maxibus urbano em chassi Volkswagen com uma porta, incorporado à frota do Exército Brasileiro (foto: Alex Fiori / interbuss).
- Maxibus-OF pertencente à Turispropp Transporte e Turismo, de Alvorada (RS) (foto: Emerson Dorneles / expressosulrs).
- O primeiro rodoviário para fretamento e curtas distâncias da Maxibus.
- Maxibus-Ford rodoviário operando no transporte escolar de Curitiba (PR) (foto: John Berata / interbuss).
- Maxibus 1999, mais uma vez copiando a Marcopolo.
- Capa de material de divulgação do Maxibus 1999 (fontes: Jorge A. Ferreira Jr., Richard Stanier).
- Maxibus-VW da amazonense Viação Cidade de Manaus.
- Maxibus em chassi VW 16.210 na frota da Aeronáutica Brasileira (foto: Marco Antônio Silva de Góes / onibusbrasil).
- O mesmo carro em vista 3/4 traseira (foto: Marco Antônio Silva de Góes / onibusbrasil).
- Urbano Maxibus de segunda geração em chassi Mercedes-Benz OH-1621 pertencente à Rulla Tur, de Porto Alegre (RS) (foto: Rodrigo R. Soares / busologosdosul).
- Intermunicipal Maxibus Intercity com mecânica Mercedes-Benz.
- Os primeiros micro-ônibus Maxibus saíram em 1996; este foi um deles, com chassi Puma AMV 916, registrado em Fernandes Pinheiro (PR) (foto: André Felipe Mudrei / onibusbrasil).
- Outro micro Maxibus em chassi Puma, este pertencente à Prefeitura Municipal de Novo Itacolomi (PR) (foto: Tadeu Santana / onibusbrasil).
- Segunda geração do micro Maxibus, o exemplar da fotografia, matriculado em São Paulo e à venda pela internet em 2010, foi fabricado em 1998 sobre chassi Agrale (fonte: site webpesados).
- Micro Maxibus fornecido para a empresa uruguaia Celfra Turismo.
- Terceira versão do micro Maxibus; com balanço traseiro extremamente curto, este carro atendia ao transporte público paulistano, operado pela cooperativa Transcooper (foto: Marcio Douglas / onibusbrasil).
- O mesmo micro visto pela traseira (foto: Marcio Douglas / onibusbrasil).
- Rodoviário Lince 3.40, em operação no Chile – o maior mercado da Metalbus na primeira década do novo século (fonte: flickr/leopaparazzi).
- Astor, o microônibus Maxibus modernizado em 2001.
- Ainda inspirado na Marcopolo, o moderno urbano Dolphin foi lançado em 2002.
- Maxibus Dolphin no transporte metropolitando de São Paulo (foto: Bruno G. Taubert).
- Urbano Dolphin na versão para chassis com motor traseiro.
- Lançado em 2005, o Lince 3.65 foi um marco na individuação da marca Maxibus.
- Maxibus Lince 3.65.
- Lince 3.65 em chassi Volvo B270F fornecido à Pothin Transportes Coletivos e Turismo, de Vera Cruz (RS).
- Lince 3.45 em chassi Mercedes-Benz 0-400 da Exclusiva Turismo, de Campinas (SP) (foto: portal tudodeonibus).
- Dolphin Class, para fretamento.
- Dolpin Class de três portas sobre Mercedes-Benz OF no transporte urbano de São Paulo (SP) (foto: Wesley Araújo).
- Também com três portas, este Dolphin Class sobre chassi VW 17.230 EOD da empresa Dois Irmãos, de Timon (MA), cumpria a ligação com Teresina (PI) (foto: Clemilton Rodrigues / fortalbus).
- Mais um Maxibus de Teresina, este com chassi Mercedes-Benz OF (foto: Thiago V. S. Sena / onibusbrasil).
- Dolphin Class urbano sobre chassi Agrale (fonte: site skyscrapercity).
- Microônibus Astor urbano, ano 2005.
- Micro Astor em chassi Mercedes-Benz LO-712 da cooperativa San Ambrosio, da cidade de Linares, ao pé dos Andes, Chile (foto: Rodrigo Alberto Acevedo Valenzuela / onibusbrasil).
- Astor 2007 sobre chassi Agrale operado pela VCT Turismo, de Porto Alegre (RS) (fonte: portal onibusparaibanos).
- Micro Astor 2010 da Solidez Transportes, de Juiz de Fora (MG) (foto: Rafael da Silva Xarão / onibusparaibanos).
- Dois micros Astor em chassi Mercedes-Benz LO 915 exportados para a Caribe Tours, operadora turística da República Dominicana.
- Maxibus Astor Midi, de 2010, primeiro lançamento da fase de recuperação da empresa; com chassi Agrale MA 12.0, o carro da foto foi fornecido para a paulistana Cconttur.
- O Astor Mido da Cconttur visto pelo lado opsto.
- Um Astor Midi sobre chassi Mercedes-Benz OF.
- Lince 3.25 sobre chassi Agrale, também novidade de 2010 (foto: Michel dos Santos).
- Lince 3.25 sobre chassi Volvo B27OF de motor dianteiro (foto: Walace Aguiar).
- Lince 3.25 sobre chassi Volvo B27OF (foto: Walace Aguiar).
- Lince 3.25 sobre o mesmo chassi Volvo B270F, veículo pertencente à Viação Clewis, de Americana (SP) (foto: Adriano Caldeiran / onibusbrasil).
- Lince 3.25 em chassi OF na frota da Eclusiva Turismo, de Campinas (SP).
- Maxibus Dolphin III - o urbano na edição revista em 2013, aqui sobre chassi Agrale (foto: Bruno Roberto).
- Dolphin III em chassi Agrale MA 17.0 operado pela cooperativa Cotalcamp, de Campinas (SP) (foto: Wesley Araújo / onibusbrasil).
- Dolphin III sobre Volvo B270F destinado ao sistema integrado urbano de Teresina (PI).
- O Dolphin de Teresina em vista ¾ posterior.
- Foi um micro Astor o primeiro ônibus Maxibus produzido em Erechin pela EMA, em fevereiro de 2018; o veículo foi fornecido para uma operadora de Guarulhos (SP).
- Astor em chassi Agrale adquirido pelo Detran/RJ para serviço de Autoescola.
- Astor em chassi Agrale MA 9.2 exportado para a empresa chilena Trans Ferzo.
- Picape com escada giratória e carroceria especial fabricadas e instaladas pela EMA Maxibus.