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Especializada na fabricação de equipamentos para movimentação de materiais e maior fornecedora de guindastes telescópicos do país, com 2/3 do mercado, a Madal teve origem na firma Marcon & Dal Zotto, oficina mecânica criada em 1946, em Caxias do Sul (RS), por José Marcon e Aurelio Dal Zotto, egressos, respectivamente, da Loro & Marcon e da Indústria Madeireira, então a maior empresa do ramo na região.

Doze anos depois, já denominada Madal (endereço telegráfico até então utilizado pela Marcon & Dal Zotto) deu início à produção de implementos para máquinas agrícolas e de construção. Em maio de 1963 inaugurou uma nova grande fábrica e em 1967 transformando-se em sociedade anônima. Na época já fornecia variada gama de produtos, que incluía scrapers rebocados, lâminas e pás carregadeiras para tratores de esteiras e de pneus e poli-caçambas de movimentação hidráulica para caminhões. (Foi também em 1967 que dois dos sócios se desligaram da empresa para fundar a Marcoplan, também em Caxias do Sul).

Em 1969 criou um equipamento que por quase uma década viria a ser o seu carro-chefe, a raspadeira em tandem 30-30-RT – dois scrapers acoplados, rebocados por trator de 90 cv, operando simultaneamente, com carregamento dianteiro e descarga na traseira e capacidade total de 7,0 m3. A posição favorável do rodado, colocado atrás de cada unidade, proporcionava maior aderência e melhor aproveitamento da potência do motor. O modelo foi seguido, em 1972,  pelo 30-31 RT, com capacidade para 7,7 m3. No ano seguinte a empresa colocou no mercado o conjunto RE-4, próprio para a transformação de tratores agrícolas em retroescavadeiras.

Seu ingresso no setor automotivo se deu em 1977, ao adquirir 85% do controle da fabricante de empilhadeiras Marcoplan. Desta, a Madal herdou uma linha de modernas máquinas com transmissão hidrostática, desenvolvidas no país e 100% nacionais. Eram vários modelos, com capacidade entre uma e dez toneladas, com motor a gasolina, diesel ou GLP – as versões de 8,0 e 10,0 t sem similar nacional. As empilhadeiras receberam a denominação Madal MD, acompanhada dos números 100 até 1000, em função de sua capacidade (1,0 a 10,0 t).

Além destas, a Madal recebeu o protótipo de um rebocador de aviões e o projeto de dois guindastes hidráulicos autopropelidos, desenvolvidos com financiamento da Finep e até então não lançados. Após a compra e reestruturação da Marcoplan, a Madal procedeu à industrialização dos guindastes – modelos MD 7-AF (lança fixa e capacidade para 7,0 t) e MD 9-A (lança giratória até 120o e 9,0 t), com motor Perkins de seis cilindros e 114 cv, direção hidrostática e câmbio de quatro marchas, com reversor.

Importante diversificação ocorreu em 1981, com o lançamento da empilhadeira para contentores MD 3012, com capacidade para 30 t e altura de elevação de até 5,8 m. Equipada com motor Scania de 215 cv, caixa de três marchas reversíveis e direção hidrostática, foi seguida, nos anos seguintes, pelas versões para 37 e 42 t, com garfos ou spreaders hidráulicos, para movimentação de containers entre 20 e 40 pés. No meio da década de 80 sua linha de produtos abrangia guindastes com capacidade de 3 a 13 t, empilhadeiras de 1,5 a 42 t, plataformas basculantes, scrapers e diversos outros implementos, todos com tecnologia própria. Em 1989 lançou o guindaste autopropelido MD 45, 8×4 com motor turbo Scania, direção hidráulica, os dois primeiros eixos direcionais, lança telescópica de 36,5 m (com extensão) e capacidade para 40 t.

Ao longo dos anos 90 a Madal firmou sua posição como fabricante de máquinas pesadas, retirando de linha os equipamentos de menor porte e lançando diversos novos modelos. Além dos tradicionais implementos embarcados ou rebocados para operação agrícola, florestal, industrial e na construção civil, seu catálogo de 1999 mostrava três guindastes telescópicos sobre caminhões (23 a 40 t, lanças com alcance de 22 a 36 m) e 21 equipamentos autopropelidos: dois guindastes para até 10 t, com e sem cabine (motor Mercedes-Benz de 124 cv, seis marchas à frente e ré, com opção de conversor de torque); 18 empilhadeiras de contrapeso, com capacidades entre oito e 45 t, dez com garfos e oito com spreaders, todas com transmissão power shift e conversor de torque; e sua primeira reach stacker – empilhadeira porta-containers com lança telescópica, equipada com motor Cummins de 260 cv e índice de nacionalização superior a 90 %. Com capacidade para 43 t, a máquina podia empilhar cinco contentores em até três fileiras.

Em 2001 o controle acionário da Madal foi adquirido pela empresa austríaca Palfinger, líder tecnológica mundial em gruas e guindastes hidráulicos. Com a fusão, a razão social foi alterada para Madal Palfinger S.A. e a linha de guindaste ajustada, a maior parte dos modelos embarcados sendo substituídos por outros projetados pela matriz; as empilhadeiras pesadas foram mantidas em produção por mais algum tempo. Em 2005 foi firmado acordo de transferência de tecnologia com a alemã Sennebogen, para a nacionalização de uma linha de guindastes telescópicos sobre caminhões – modelos mais atualizados do que os antigos da Madal. O primeiro modelo lançado, denominado BR 400, com capacidade para 40 t e alcance de 30 m, tinha motor auxiliar MWM de 130 cv, cabine climatizada com vidros verdes, comandos por joystick e sistema de patolamento em Y, para aumentar a estabilidade da operação.

Hoje dedicada exclusivamente à produção de equipamentos embarcados, a Madal é fornecedora oficial dos equipamentos Palfinger para a América do Sul. A extensa linha de empilhadeiras deixou de ser fabricada. Os produtos de origem européia apresentam reduzida nacionalização, ao contrário dos índices sempre elevados tradicionalmente praticados pela Madal.

<palfinger.com/pt-BR/bra>

 

[LEXICAR agradece a Eloi Jacon Marcon por sua contribuição na atualuzação desta página.]





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