LOBO
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Escuderia comandada pelo experiente piloto Camillo Chirstófaro, apelidado o Lobo de Canindé. Sobrinho de Chico Landi, iniciou a carreira em 1956, e de lá até o início da década de 70 subiu ao pódio quase 50 vezes, 25 delas como vencedor da prova. Camillo projetou e construiu em sua oficina paulistana o primeiro carro com que disputou uma competição, feito que se repetiria por diversas outras vezes. Iniciado em 1954, se tratava de um monoposto categoria “Mecânica Nacional” montado sobre chassi Alfa-Romeo importado, equipado com motor Ford norte-americano de 3,9 l e carroceria de desenho próprio. Conhecido como Camillo Especial, o carro não completou a corrida. No entanto, transformado em biposto, disputaria mais três provas em 1956, obtendo ótimos 4o e 3o lugares na categoria. No ano seguinte, das quatro corridas nas quais pilotou o carro, venceu a primeira e por duas vezes ficou em 2o.
Seu segundo monoposto (chassi Alfa-Romeo e motor Chevrolet Corvette de 4,3 l) estreou em 1958, nas II 500 Milhas de Interlagos, se posicionando em 2o lugar na colocação geral. Entre 1958 e 1961 o carro participou de uma dúzia de provas, conquistando três primeiros e dois segundos lugares na categoria MN. Ainda em 1961 correu com o terceiro monoposto de sua construção, agora com chassi Maserati e o mesmo motor Corvette: até 1966, das 15 corridas disputadas, conquistou inacreditáveis oito vitórias na categoria.
Mas a essa altura Camillo já fora enfeitiçado pelas carreteras, com as quais vinha correndo desde 1957. Em 1963 começou a construir a sua própria, a partir de um Chevrolet cupê que adquirira no início dos anos 50. Encurtou o chassi, rebaixou a carroceria em mais de meio metro e inclinou os para-brisas; as carenagens dianteira e traseira foram moldadas em alumínio. O carro recebeu suspensão dianteira independente com molas helicoidais, freios a disco nas quatro rodas e pneus radiais; a suspensão traseira e o câmbio vieram de uma Ferrari 250 GTO. O motor Chevrolet V8 de 5,3 l foi totalmente retrabalhado, atingindo potência estimada de 400 cv.
Conhecida como “a Carretera 18“, número utilizado por Camillo desde sua primeira corrida, o carro viveu estrondoso sucesso – de público e nas pistas. Moderno e aerodinâmico como nenhuma carretera até então conseguira ser, venceria quase 1/3 das muitas provas que disputaria até 1971, quando foi aposentada: em 37 corridas, obteve 12 primeiros, três segundos e dois terceiros lugares, totalizando 17 pódios – ou seja, obteve pontuação em 45% das competições das quais participou, tendo Camillo ou Eduardo Celidônio ao volante.
Em dezembro de 1971, com o envelhecimento de seu carro, Camillo se voltou para um Fúria com motor Ferrari (e logo depois Chrysler V8), com o qual encerrou a temporada de 1971 e disputou a seguinte. Em 1973 migrou para as Divisões 1 e 3, correndo com Ford Maverick, aí permanecendo até 1976, quando abandonou as pistas. Camillo faleceu em 1994, aos 66 anos de idade.
- Monoposto Alfa/Corvette no II Circuito de Piracicaba, em 1960: ao volante, Camillo Christófaro, construtor do carro e vencedor da prova (fonte: site mestrejoca).
- Monoposto Maserati/Corvette, de 1961: com ele, Camillo venceu oito vezes em 15 provas (fonte: site ruiamaraljr).
- A partir deste Chevrolet 1937 Camillo Christófaro preparou a carretera que seria sua mais bem sucedida criação (fonte: site alfaminiatures).
- A carretera de Camillo foi vencedora desde a primeira corrida que disputou - o II 1.600 Quilômetros de Interlagos, no qual dividiu o volante com Aguinaldo de Gois Filho (fonte: site nobresdogrid).
- A célebre "Carretera 18" (fonte: site carreterasbrasileiras).
- Camillo e sua carretera preparando-se para uma prova de resistência (fonte: blogs.odiario).
- Nenhuma carretera jamais apresentara perfil tão baixo como a de Camillo (fonte: stockcar.racersreunio).