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LOBINI | galeria

Spider brasileiro de estilo britânico e grande desempenho, desenvolvido a partir de 1999 sob o patrocínio do advogado português José Orlando Lobo e a coordenação técnica do engenheiro Fábio Birolini, da Chamonix (daí a marca Lobini, união de parte dos sobrenomes dos seus criadores); mais tarde, a eles se juntou o engenheiro inglês Graham Holmes, com importante participação na fase de refinamento técnico do projeto.

Três protótipos foram construídos, submetidos a “clínicas” com mais de 400 convidados e testados em pista, até que o carro fosse dado por concluído, em dezembro de 2003. Cinco motorizações foram avaliadas: um V6 3.0 Alfa Romeo; o cinco cilindros do Fiat Marea, aspirado e turbinado; um V6 2.8 importado, do VW Passat; 1.8 turbo do Audi A3; e o V6 2.5 aspirado (também importado) do Ford Mondeo. A escolha recaiu sobre o conjunto motor-câmbio Audi (quatro cilindros, 20 válvulas, 180 cv, cinco marchas, o mesmo do Volkswagen Golf GTI) montado entre eixos, na traseira, em posição transversal.

Para a construção do novo carro foi constituída a firma Lobini Automóveis Ltda., com sede em Cotia (SP). Segundo palavras textuais da empresa, seu objetivo com o Lobini H1 (como o carro foi chamado), era “desenvolver o melhor veículo esportivo já fabricado no Brasil, com performance e design comparáveis a esportivos importados de primeira linha“. Pelo menos sob o aspecto do desempenho cumpriu o que prometia: mais rápido carro brasileiro, ultrapassava 220 km/h e acelerava de 0 a 100 em somente 6,3 segundos. Exposto no XXII Salão do Automóvel, em 2002, a produção só foi oficialmente iniciada em abril de 2005.

À exceção do trem de força e da direção hidráulica, todos os demais elementos estruturais e mecânicos foram especialmente dimensionados para o carro: chassi tubular espacial, suspensão totalmente independente com triângulos sobrepostos, freios a disco nas quatro rodas com assistência a vácuo (ventilados na dianteira); o carro tinha tração traseira e radiador montado na frente. A construção da carroceria targa de plástico reforçado com fibra de vidro era realizada na fábrica da Chamonix, de reconhecida qualidade no acabamento de seus produtos. Acionadas eletricamente, as portas do carro abriam para cima e para frente. O interior era cuidado nos menores detalhes: bancos de couro estilo concha, botão de partida, cintos de segurança de quatro pontos, painel regulável em função da altura e profundidade do volante, ar condicionado e sistema de som de série. Com apenas 1,18 m de altura, o  carro vinha com um pequeno teto escamoteável de fibra de vidro na mesma cor da carroceria que, quando fora de uso, podia ser fixado sobre a tampa do motor.

No final de 2005, ao terem sido entregues as primeiras cinco unidades e fechado contrato de exportação de outras 48 para os EUA (a capacidade instalada, em Cotia, era de três carros por mês), o controle da empresa foi vendido para Antônio Ermírio de Moraes Filho, Lobo e Birolini permanecendo na sociedade, como diretores. Com nova razão social – Brax Automóveis – a empresa procedeu a diversas alterações no carro, apresentando-o no XXIV Salão do Automóvel como modelo 2007. A suspensão recebeu molas mais macias e amortecedores com maior carga, aumentando conforto e estabilidade. Externamente, foi alterado o desenho da saia dianteira, com a introdução de um pequeno spoiler e entradas de ar maiores. Os antigos faróis e lanternas carenados foram substituídos por unidades menores, sem cobertura de acrílico; o carro recebeu um aerofólio e foi eliminada a entrada de ar sobre o capô dianteiro. Novos opcionais foram oferecidos: painel parcialmente em fibra de carbono, lâmpadas de xenon, piloto automático, sensor de estacionamento, GPS e alarme de pressão dos pneus.

Naquela altura a carroceria do carro já não era mais fornecida pela Chamonix. A Lobini então negociava exportação para a Grã-Bretanha, para isto dando início a um protótipo com direção à direita; também prometia uma versão mais simples e um modelo para competições. Em 2012, contudo, com apenas cerca de 70 unidades fabricadas, o carro deixou de ser produzido. Esportivo à moda antiga, sem ABS, air-bag nem eletrônica embarcada, o Lobini é figura raríssima em nossas ruas: caro e exclusivo, foi um dos mais puros esportivos até hoje concebidos e fabricados no país.





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