LECAR |
Empresa criada em fevereiro de 2022 pelo empresário capixaba Flávio Figueiredo Assis, com o ambicioso objetivo de iniciar a produção, até o final de 2024, de um automóvel 100% elétrico de projeto próprio. A empresa terá sede em Alphaville (Barueri, SP) e fábrica em Caxias do Sul (RS). Há planos de abertura de capital em 2025.
Batizado Lecar Model 459, um protótipo não operacional do primeiro carro foi apresentado em janeiro de 2024. Seu desenvolvimento tomou por base um modelo Tesla, desmontado para que a equipe técnica da empresa pudesse analisar a concepção e os conceitos nele utilizados. O modelo final alcançaria velocidade máxima de 250 km/h e autonomia de 400 km. A seguir o carro seguiria para Londres, onde seria submetido a testes aerodinâmicos, de impacto e segurança para posterior homologação.
Os planos previam a produção mensal de 300 automóveis em 2025, chegando a 50.000/ano três anos depois – já na fase inicial gerando 600 empregos diretos. O índice de nacionalização alcançaria 65%, sendo os 35% restantes, principalmente motores e baterias, importados da China.
Pouco mais foi divulgado: sua carroceria seria moldada em plástico SMC (Sheet Moulding Compound) – “o mesmo usado em carros de Fórmula 1 (…), cinco vezes mais forte que o aço“, teria bancos com estilo cadeiras gamers, 18 pontos de iluminação controlados por tablet, sistema de som completo. Apesar da carência de informações, já em fevereiro a Lecar deu início à campanha de pré-reserva do carro, ao preço de R$ 279.459,00.
O empresário, contudo, continuaria surpreendendo: antes de terminado fevereiro, propôs ao Estado da Bahia assumir a planta desativada da Ford, em Camaçari, cujo processo de transferência para a BYD já se encontrava em fase adiantada. Em resposta, o Governador do Estado se declarou disposto a acolher o desejo da Lecar, contanto que em outro local. Sobre o desfecho do assunto, o presidente da empresa comentou tratar-se de uma “desclassificação prematura“, “mais um triste episódio de falta de apoio ao empreendedorismo brasileiro” e que, “apesar da possibilidade de recursos jurídicos“, o processo seria moroso, por isso “desistimos de Camaçari para não atrasar nossos planos de entregar carros elétricos feitos por brasileiros para brasileiros“, “para não atrasar o Brasil“.
Em junho de 2024 os planos seriam mais uma vez alterados, quando o empresário comunicou que, dada a carência de infraestrutura de recarga no país, não mais seriam produzidos veículos 100% elétricos, mas híbridos a etanol, prometendo para “em breve” apresentar o protótipo da nova versão do modelo 459. Dois meses depois o local da indústria já seria outro – Sooretama (ES), onde seriam aplicados R$ 870 milhões para construção e equipamentos de uma planta com capacidade para 120 mil carros/ano, com inauguração prevista para agosto de 2026.
Na altura, o portal virtual da empresa passou a oferecer informações mais completas sobre o carro – agora um crossover-cupê híbrido com estilo totalmente diverso. Seria equipado com motor a combustão Horse turbo flex de três cilindros, 1.0 litro e 122 cv, motor elétrico chinês (Hepu Power) de 165 cv, gerador WEG de 50 kW e bateria chinesa de 18,4 kWh. (Segundo a tecnologia EREV utilizada pela Horse, o motor a combustão aciona o gerador que mantem a bateria carregada e esta, por sua vez, alimenta o motor elétrico que aciona as rodas.)
O 459 Hybrid teria conjunto propulsor instalado na traseira, suspensão independente nas quatro rodas, freios a disco ventilados na frente e sólidos atrás, direção com assistência elétrica, 4,35 m de comprimento e 2,70 m de entre-eixos, porta-malas com 530 litros e autonomia de mil km.
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