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JL RACING |

Nome de fantasia da empresa JL Indústria e Comércio Ltda., fundada em 1990, em Cotia (SP), pelo piloto Zeca Giaffone, para fabricar karts de competição com a marca ZF. Hoje a JL é importante construtora de automóveis para corridas de stock cars. Sua entrada no novo segmento se deu em 1999, quando Giaffone foi convidado por Ingo Hoffmann e outros pilotos a projetar um chassi que substituísse o Chevrolet Omega, automóvel oficial da categoria, que saía de linha na GM. Apresentado em abril de 2000, o novo carro, com o visual externo do Vectra e gaiola projetada pela JL, seria o primeiro automóvel de turismo para competições fabricado em série no Brasil. No ano seguinte foram os motores que mudaram, e os velhos Chevrolet seis cilindros foram substituídos por unidades V8 importadas dos EUA (as mesmas lá usadas pela Nascar, com potência reduzida para 480 cv), dos quais, a partir de então, a JL passou a ser detentora dos direitos de comercialização e responsável pela manutenção. Optando pelo automobilismo, em 2001 a empresa de desfez do negócio de karts.

Daí em diante a presença da JL no setor só fez crescer. Em 2002, passou a fabricar peças e fornecer serviços para a Fórmula Renault; no ano seguinte, também a Stock Light (criada em 1993 como categoria de entrada na Stock Car) recebeu a gaiola JL e (em 2004) o V8 importado, com potência limitada a 350 cv, em lugar do motor do Omega. Ainda naquele ano, Zeca e sua equipe projetaram e construíram o protótipo para provas de resistência ZF-01, por três vezes consecutivas pole position nas 1000 Milhas Brasileiras. O carro tinha chassi tubular, com partes em fibra de carbono, carenagem em plástico reforçado com fibra de carbono e kevlar, motor V8 Ford de 5,8 l, câmbio Hewland de seis marchas seqüenciais e freios a disco nas quatro rodas.

A seguir, por iniciativa da Vicar (Vicar Promoções Desportivas S.A., responsável pela Copa Stock Light), foram criadas mais duas categorias: em 2006, a Stock Jr, para principiantes oriundos do kart, e em 2008, a Pick Up Racing, ambas com carros desenvolvidos e preparados pela JL. Na primeira, o motor é Yamaha de 1.250 cm³ e 130 cv e a caixa seqüencial de cinco velocidades; a JL se responsabiliza pela manutenção e por todo o apoio logístico, antes, durante e depois da prova, inclusive pelo transporte dos veículos, reduzindo os custos para os pilotos. Na segunda, fabrica o chassi tubular e a carroceria de fibra e monta a picape, que leva o V8 norte-americano (com 330 cv), suspensão independente com braços triangulares e molas helicoidais e freios a disco nas quatro rodas. (No final de 2009, após a categoria Stock Jr ser retirada do campeonato brasileiro de Stock Car, a JL venderia todos os seus carros para o ECPA – Esporte Clube Piracicabano de Automobilismo.)

Dentre as realizações da firma, em 2009, estavam o desenvolvimento da nova geração de  stock cars e o suporte técnico à nova categoria Fórmula Future Fiat. Projetado pelo engenheiro Gustavo Lehto, o stock, que não era alterado desde o início da década, inovou em vários pontos, em especial na segurança: chassi tubular periférico em liga de molibdênio, blocos laterais de proteção com espuma de alta densidade, crash-box dianteiro em material compósito, caixa seqüencial inglesa de seis marchas instalada junto ao eixo traseiro, suspensão dianteira com molas e amortecedores inclinados, voltados para dentro, e rodas de cubo rápido. As carenagens (de plástico reforçado com fibra de vidro), representando os mesmos quatro modelos que já freqüentavam a categoria – Chevrolet Astra, Mitsubishi Lancer, Peugeot 307 e Volkswagen Bora –, foram adaptadas ao novo chassi.

Em 2018 (ano em que assumiu a denominação Giaffone Racing) a empresa decidiu explorar nova área do automobilismo, projetando seu primeiro protótipo para ralis, um carro que fosse a um só tempo resistente, de alto desempenho e fácil manutenção. Concluído em menos de meio ano, o veículo ganhou estrutura tubular envolvente em liga de aço de alta resistência, motor V8 em posição central, câmbio transeixo sequencial, tração traseira, suspensão independente (duplo A na frente e braço oscilante atrás, com dois amortecedores por roda), freios a disco nas quatro rodas e direção com assistência hidráulica. Opcionalmente, podia receber motores de 300 a 1.000 cv e caixas de quatro, cinco ou seis marchas. Batizado simplesmente Buggy V8, conquistou o terceiro lugar em sua primeira participação no difícil Rally dos Sertões (naquela oportunidade, com V8 de 6,2 l e 360 cv).

Em 2020, já com uma dezena de carros vendidos, tinha dois outros modelos em desenvolvimento, ambos para rali: uma picape de competição com as mesmas características do Buggy V8 e um modelo de menor porte, também com estrutura tubular e suspensão totalmente independente, porém com motor Suzuki Hayabusa de quatro cilindros e 1,3 l e câmbio motociclístico de seis marchas. A picape estreou no Rally dos Sertões de 2020, pilotada por Zé Hélio Rodrigues, pentacampeão da prova em motos, mas não conseguiu pontuar. O UTV leve, previsto para o Rally Cuesta, em julho, não chegou a correr em 2020, tendo o projeto de estrutura alterado. Previsto para 2021, a gaiola do protótipo passará a utilizar tubos e chapas em liga de nióbio, mais finos e leves.

Giaffone Racing também desenvolve motores, prepara carros e dá apoio a equipes em disputas dos Campeonatos Brasileiros de Marcas e de Turismo. Exemplo recente foi o carro para a categoria P2 Endurance, preparado em conjunto com a equipe JDavid Team. Desenvolvido a partir de meados de 1999, teve os testes iniciados em janeiro de 2021, no Kartódromo Granja Viana (Cotia, SP), ainda usando carenagem provisória, a mesma utilizada na temporada 2019 da Stock Car e inspirada no Chevrolet Cruze. O carro possui chassi tubular em liga de aço molibdênio-nióbio, de projeto totalmente novo, motor V8 aspirado de 500 cv, câmbio sequencial de seis marchas com trocas por borboletas no volante, suspensão independente por triângulos superpostos e molas helicoidais inclinadas (mais acentuadamente na traseira), freios a disco com ABS, controle de tração e ar-condicionado.

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