IBRAVA |
Mais um fabricante gaúcho de carrocerias de ônibus, a Ibrava – Indústria Brasileira de Veículos Automotores Ltda. foi constituída em 2008, em Nova Petrópolis, por ex sócios da também encarroçadora MDO. No ano seguinte, pressionada por uma grande encomenda de microônibus para o serviço cooperativado da cidade de São Paulo, teve que recorrer a instalações maiores, transferindo-se para o município vizinho de Feliz, onde ocupou os galpões de uma indústria de calçados recém-desativada. (O processo de mudança teria envolvido a participação da Transcooper – a associação de operadores de transporte alternativo da região Sudeste – no capital da Ibrava.) Da encomenda inicial de 240 veículos pequenos, a ser atendida ainda em 2009, a empresa planejava crescer, “em sete anos“, para 1.700 unidades anuais, incluindo ônibus de 12 metros e articulados. Em agosto foi apresentada a primeira série de micros, modelo Apollo, montados sobre chassis Volkswagen 9.150, com acesso para cadeiras de rodas.
Os planos da Ibrava, entretanto, vieram a se mostrar ainda mais ambiciosos, tendo mesmo logrado a participação, como fornecedora de carrocerias padron, no consórcio fabricante de novos trólebus para o transporte integrado de São Paulo. Desenvolvido sob coordenação da firma Iluminatti Tecnologia, o veículo recebeu chassi de piso baixo e suspensão a ar Tuttotrasporti, motor de tração WEG e sistemas de comando e controle Bosch. O novo trólebus trouxe alguns avanços com relação aos modelos em operação no país, resultando em redução de peso e maior facilidade de monitoramento. Dentre as inovações introduzidas estavam o sistema de tração refrigerado a água (em vez de a ar, 400 kg mais pesado), os sistemas embarcados de comunicação e informações para os passageiros, com telas de LCD, e o computador de bordo com GPS e monitoramento permanente, permitindo o acompanhamento em tempo real da qualidade do serviço, pelo órgão gestor.
A produção atual da Ibrava se concentra em dois modelos: micro Apollo, com 8,9 m de comprimento e uma ou duas portas, e o médio convencional Hercules, com 11,5 m e uma a três portas, ambos adaptáveis a chassis Agrale (respectivamente MA10 e MA15), Mercedes-Benz (LO-916 e OF-1721) e VW (9.160 e 15.180). A empresa também desenvolveu o Centaurus, ônibus médio de três eixos para o chassi VW 15.190 EOD, do qual já fabricou várias unidades.
Em outubro de 2015 a Ibrava foi vendida para o grupo Steelbus. No início do ano seguinte, alegando descumprimento de compromissos contratuais, os antigos controladores da empresa retomaram a gestão; em fevereiro a produção foi suspensa e o quadro de empregados demitido. Segundo os novos administradores, “a Ibrava não encerrou as atividades“, aguardando-se apenas a “definição da responsabilidade legal” das partes para que a produção seja retomada.
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