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HATSUTA | galeria

A Hatsuta Industrial foi fundada em 1964 pelo cidadão japonês Shigueyoshi Imai e por seu filho nissei Takeshi, com o objetivo de fabricar pulverizadores e outros equipamentos agrícolas portáteis. A empresa (que não era vinculada à Hatsuta japonesa) ficou nacionalmente conhecida em 1971, ao descobrir um processo de combate à praga da ferrugem que atacava a cultura cafeeira na época. Tamanho foi o sucesso da solução técnica encontrada que, em apenas dois anos, a empresa tornou-se a maior do setor.

Sujeita às oscilações do setor agrícola, no entanto, que impedia a regularidade na colocação de seus produtos, em meados da década de 70 a Hatsuta optou pela entrada em novo segmento – a fabricação de motocicletas. Duas tentativas foram feitas, ambas sem continuidade: a primeira, com a Honda, suspensa pela exigência da empresa japonesa reter o controle da sociedade; e a segunda, em 1976, com a Suzuki, que participaria de 20% do capital da nova empresa, inviabilizada pela quase simultânea instalação da Honda na Zona Franca de Manaus, gozando de isenções fiscais não disponibilizadas para a Hatsuta-Suzuki. (Previa-se a utilização da planta da Hatsuta, em Guarulhos, SP, onde seriam produzidas mil motos de 100 cm3 e 500 motores de popa por mês, com 90% de nacionalização. )

Ainda na linha da diversificação, em 1983, na I Feira do Automóvel a Álcool, em São Paulo, a Hatsuta lançou um pequeno motor de dois tempos, 37 cm3 e 1,8 cv, a álcool ou gasolina, próprio para aplicação em bicicletas, com rendimento superior a 70 km/l (a gasolina). A empresa, no entanto, dava sinais de fragilidade, originando um pedido de concordata no final de 1982. A morte de Shigueyoshi, dois anos depois, trouxe dificuldades adicionais: problemas de sucessão, crise administrativa e nova concordata em 1987.

Na busca pela recuperação, novos produtos foram programados para lançamento até o final da década: um ultraleve para pulverização; a patinete motorizada Walk Machine, equipada com o mesmo motor de 37 cm3 das bicicletas, e que teve relativo sucesso de mercado; e finalmente, em 1990, quando produzia cerca de 3.500 patinetes por mês, o triciclo Walk Machine, dela derivado, com capacidade para 60 kg de carga e próprio para uso em indústrias e supermercados. A situação da empresa, porém, continuou a se agravar, e em poucos anos acabou por ter a falência decretada. Abandonada, no final da década de 90 a área industrial da companhia foi invadida; hoje é a chamada favela Hatsuta.

hatsuta

Triciclo derivado do popular Walk Machine, lançado pela Hatsuta em 1990 (fonte: Jornal do Brasil).





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