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FURGLAINE | galeria

Família de utilitários produzida a partir de 1980 pela Carrocerias Furglass Indústria e Comércio Ltda., fábrica de furgões isotérmicos de Guarulhos (SP) fundada cinco anos antes com participação da Família Massa, principal acionista da Caio. Concebida com o apoio da Ford e da Sonnervig, concessionária paulistana da marca, o primeiro Furglaine foi um modelo furgão para 1.100 kg (ou 7,5 m³), lançado na II Brasil Transpo, em outubro daquele ano. Construído sobre o chassi das picapes Ford F-100 e F-1000 (motor de quatro cilindros, a diesel, álcool ou gasolina), tinha carroceria monobloco com estrutura de aço revestida de plástico reforçado com fibra de vidro e apenas duas portas nas laterais, para motorista e ajudante; o acesso ao compartimento de carga se dava por uma porta de duas folhas na extremidade traseira. Três versões foram oferecidas: standard, isotérmica e frigorífica. Primeiro furgão integral realizado no país, o Furglaine teve boa acolhida do mercado, para cuja demanda a capacidade de produção inicial de 30 unidades mensais foi insuficiente.

Em março de 1981 foram lançados mais três modelos: ambulância (com espaço para até quatro macas), escolar (18 lugares) e “seletivo” (para 13 passageiros). Também passou a ser opcionalmente utilizado o chassi F-2000, originando um veículo 76 cm mais longo, com capacidade de carga aumentada para 2,2 t ou 9,5 m³, na versão furgão, e para até 23 passageiros, na van; na ocasião, o furgão longo foi dotado de mais uma porta, na lateral direita. Em 1983 foi a versão para passageiros que ganhou outra porta (também à direita), esta opcional.

No final do ano seguinte, visando inserir seus carros na voga das cabines-duplas e stations luxuosas, mostruo no XIII Salão do Automóvel o Chateau, com chassi mais longo, nova grade, estepe montado na traseira e acabamento sofisticado, incluindo poltronas giratórias reclináveis, bar, geladeira e videocassete. Sem as alterações externas, o modelo foi agregado à linha como sua versão top.

Em 1987, pouco mais de seis anos após o lançamento, 2.500 veículos já haviam sido vendidos; o ritmo de produção subiu para 40 unidades/mês. Nesse meio tempo, porém, aproveitando a senda aberta pela própria Furglaine, alguns transformadores haviam lançado vans bastante mais modernas, induzindo a empresa a proceder à primeira reestilização mais profunda no seu produto. Os carros receberam a grade com quatro faróis retangulares das novas picapes Ford, para-choques de fibra de vidro (os dianteiros integrando as luzes de sinalização), janelas laterais panorâmicas e a primeira porta deslizante do país. Uma carroceria totalmente nova e de linhas mais atuais só seria mostrada no final de 1988, ainda sob a forma de mock-up, no XV Salão do Automóvel.

Em maio de 1990, dois meses depois de decretado o Plano Collor, que imobilizou a economia do país, os negócios da Furglaine foram comprados por um empresário alagoano, dono de revendas Ford em Pernambuco e no Rio de Janeiro (menos de meio ano depois, adquiriu o controle de uma segunda transformadora, a SR). No início do ano seguinte a van foi levemente retocada na dianteira, recebendo o conjunto de faróis e lanternas da picape Chevrolet S-10 e nova grade de formato trapezoidal. Além deste, somente um lançamento ocorreu sob a nova gestão: uma picape Ford cabine-dupla, de estilo convencional, apresentada no XVI Salão do Automóvel.

Dada a coincidência de modelos para passageiros nas linhas Furglaine e SR, os novos administradores buscaram valorizar, na primeira, a versão furgão, e na última, as vans, blazers e cabines-duplas. A competição dos importados coreanos, que logo invadiriam o país, acabou por frustrar os planos da empresa, não tardando a obrigá-la a  descontinuar a produção dos modelos Furglaine.





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