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FOTON | galeria

Conglomerado estatal chinês originado da fábrica de veículos comerciais Beiqi Foton Motor Co., Ltd., fundada em 1996. Dois anos depois a empresa iniciou a produção de colheitadeiras e tratores, unidade que deu origem, em 2004, à Foton Lovol Heavy Industries; em 2005 a linha de produtos foi ampliada com o lançamento de variada gama de máquinas de construção.

Em 2011, a Foton Aumark do Brasil – representante local dos caminhões da marca chinesa – anunciou seus planos para o país: importação imediata de três modelos leves e médios (PBT de 3,5, 6,5 e 8,5 t), com motores Cummins, e, precisamente em 2015, inauguração de uma fábrica própria. Em 2012 foi a vez da Foton Lovol comunicar a instalação de uma unidade em Anápolis (GO), para “dentro de alguns meses” iniciar a montagem de máquinas de construção. Tratava-se de iniciativa conjunta com seu distribuidor brasileiro, Bramax; a filial, que levaria o nome Foton Lovol Bramax, comercializaria os equipamentos com a nova marca FLB. A produção seria iniciada em setembro de 2013, sob forma CKD, com nacionalização de 60% para parte dos modelos. Também em 2012 surgiu uma terceira proposta de fabricação local vinda da Foton, mais precisamente de sua divisão de ônibus, mostrando-se interessada em instalar fábrica no Ceará. A seguir nova proposta, da denominada Foton Motors (vinculada ao grupo nacional Mater Participações), que firmou convênio com o governo baiano para instalação de fábrica em Camaçari, destinada à montagem de comerciais leves importados em CKD. Em julho de 2013 foi a vez do Estado do Rio de Janeiro ser anunciado como local escolhido para sediar a fábrica de caminhões, com capacidade para 20.000 unidades/ano, a ser inaugurada até o final de 2014 em local não informado.

Logo depois, em setembro, as baterias da empresa se voltaram para o Rio Grande do Sul, cujo governo firmou protocolo de intenções com a Foton Aumark para a construção de fábrica em Guaíba, com capacidade de 21.000 unidades/ano e inauguração no início de 2016. Ali seriam produzidos caminhões de 3,5 a 24 t de PBT, começando por quatro modelos leves e médios (3,5, 6,5, 8,5 e 10,0 t), com índice de nacionalização inicial de 60%. Única iniciativa aparentemente conseqüente entre tantas intenções, em outubro de 2014 a Aumark apresentou à imprensa o protótipo de seu primeiro caminhão nacional, um modelo de 10 toneladas, para o qual já teriam sido escolhidos 20 fornecedores locais.

Pouco depois, com o agravamento da crise econômica, a Foton chinesa se afastou do investimento direto, a partir daí integralmente assumido pelos sócios brasileiros. Para acelerar o processo de nacionalização, a nova administração requereu a colaboração da indústria local de componentes, incumbindo-a da seleção dos equipamentos mais adequados à “tropicalização” do veículo . Segundo a empresa, tal processo – denominado Sistema Modular de Desenvolvimento – Codesign -, já teria permitido ultrapassar os 70% de nacionalização. A notícia foi divulgada em novembro de 2015, durante jantar comemorativo com seus 36 principais fornecedores brasileiros. Na oportunidade foi anunciado que a produção do caminhão de 10 toneladas seria inciada “em uma fábrica alternativa já no primeiro semestre do ano que vem, até que a nossa fábrica em Guaíba esteja pronta“.

A planta alternativa seria a da Agrale, em Caxias do Sul (RS), com a qual a Foton assinou acordo de cooperação em março do ano seguinte. De lá, em agosto de 2017, finalmente saíram os primeiros veículos brasileiros com a marca Foton. A linha foi composta por quatro modelos de caminhões leves com cabine basculante, três ainda em processo de nacionalização (Minitruck 3.5-12 DT, 14 ST e 14 DT, respectivamente com entre-eixos de 2,60 e 3,36 m) e o maior deles (Citytruck 10-16) já com conteúdo nacional suficiente para obter credenciamento da Finame (cabine e eixo dianteiro ainda eram importados da China).

Os modelos de menor porte, com 3,5 t, rodado traseiro simples ou duplo, motores Cummins 2.8 de 111 e 131 cv (tecnologia EGR) e câmbio de cinco marchas, concorrem com o Hyundai HR e com os chassis-cabine derivados das vans Iveco Daily, Mercedes-Benz Sprinter e Renault Master. O Citytruck, com PBT de 10,7 t, compete na categoria dos caminhões leves VW Delivery, Mercedes-Benz Accelo e Ford Cargo 1119. É equipado com motor Cummins 3.8 de 161 cv e sistema de tratamento de gases SCR, câmbio de seis marchas com overdrive, direção hidráulica, freios pneumáticos a tambor e suspensão por molas parabólicas. Todos os modelos saem de fábrica com ar condicionado, vidros e travas elétricos, rádio, volante ajustável , sensor de ré e defletor no teto. Somente 32 unidades foram vendidas em 2017 e 43 no ano seguinte.

Em novembro de 2018 o grupo chinês Beiqi Foton criou uma subsidiária própria para apoiar a Foton brasileira e financiar suas importações. No mês de janeiro seguinte, comunicado da Aumark informava que a companhia chinesa já estava “apoiando integralmente as operações da marca no mercado nacional“, com expectativas de injeção de recursos no País ainda naquele ano, incluindo investimentos para a construção de fábrica própria, e planos de curto prazo visando a “fusão entre as empresas“.

A solução poderia chegar com a aquisição da fábrica da brasileira da Ford, em São Bernardo do Campo, cujo encerramento foi oficialmente comunicado em fevereiro de 2019. Em maio o principal executivo da Foton no Brasil teria buscado, sem sucesso, o apoio da matriz à proposta. Mais uma vez o encerramento da Ford foi visto como uma oportunidade para a Foton – que desta vez passou a focar nas concessionárias da marca norte-americana, em poucos meses atraindo 21 delas, mais que dobrando sua rede – de 19 para 40. Os frutos da ação foram materializados no aumento de 214% nas vendas, que alcançou 135 unidades em 2019.

No final de 2019, nova mudança de estratégia industrial: após montar 250 caminhões na linha de fabricação arrendadas à Agrale, a Foton transfere a produção para as instalações da Gefco Logística, em Guaíba (RS). Em dezembro de 2020 a empresa anunciou a importação da linha de caminhões leves Aumark S, em três versões (Citytruck 6.5-15, 9-16 e 11-16), com PBT entre 6,7 e 11,0 t e motor Cummins de 150 cv (o primeiro) e 160 cv (os demais). Era sua expectativa comercializar 1.300 unidades em 2021, “na primeira fase importadas da China“. Logo a seguir a montagem local foi descontinuada.

O que houve a partir de 2022

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