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A Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos, entidade responsável pelo gerenciamento do transporte de passageiros nas três regiões metropolitanas do Estado de São Paulo, foi a coordenadora de um dos dois programas brasileiros de desenvolvimento de ônibus a hidrogênio (o outro ficou a cargo da COPPE/UFRJ). O projeto coordenado pela EMTU foi iniciativa do Ministério de Minas e Energia e contou com financiamento do PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Finep e da entidade privada GEF – Global Environmental Facility. Foram seus objetivos: obtenção de um veículo urbano com emissão zero de poluentes, conhecimento da tecnologia e estabelecimento de especificações e normas brasileiras para produção, manuseio e utilização do energético. O projeto introduziu o Brasil no restrito grupo de países que controla a tecnologia, ao lado da Alemanha, EUA e Japão.

Os estudos de viabilidade técnica tiveram início em 1997. A partir de 2001 foi definida a tecnologia, detalhado o projeto e escolhidos os fornecedores, contratados em 2006 para a construção de cinco unidades de teste e instalação da infra-estrutura necessária para o abastecimento dos veículos. O consórcio fornecedor foi composto por oito membros, dentre os quais Tuttotrasporti (fabricante do chassi e responsável pelo veículo completo), Marcopolo (carroceria), Petrobrás Distribuidora (estação de abastecimento de hidrogênio) e a canadense Ballard Power Systems (projeto e fabricação da célula a combustível). A EPRI – Electric Power Research Institute, instituição científica norte-americana, foi escolhida como coordenadora geral dessa fase do projeto.

Das diversas vias tecnológicas possíveis para produção do hidrogênio, foi escolhida a eletrólise da água, processo eletroquímico que separa as moléculas de oxigênio e hidrogênio componentes da água, sendo o oxigênio liberado e o hidrogênio compactado para abastecer os veículos (a COPPE/UFRJ optou pela produção do hidrogênio a partir do gás natural). Os ônibus – do tipo padron de 12 metros, com piso baixo, três portas e ar condicionado – receberam dois conjuntos de células compactas (projetadas para automóveis), dois motores elétricos e um banco de baterias, instalado no teto, assegurando autonomia de 300 km.

Ônibus a hidrogênio são, a rigor, veículos elétricos, onde a célula a combustível utiliza o hidrogênio para gerar energia elétrica, com alta eficiência e índice nulo de emissões, já que não há combustão e o único derivado do processo é o vapor d’água. A energia gerada é utilizada para movimentar os motores elétricos que acionam o veículo; a energia excedente, inclusive aquela recuperada na frenagem, é acumulada em baterias e complementa a alimentação elétrica em momentos de maior solicitação (partidas, ladeiras), tal como acontece nos veículos híbridos comuns.

Os cinco primeiros ônibus montados por conta do contrato operarão no corredor do ABC, na frota da transportadora Metra (pertencente ao grupo controlador da Eletra). Conforme comunicado oficial transmitido pela Agência Brasileira de Notícias, diversas razões levaram ao apoio deste projeto pelo PNUD e GEF: “os ônibus possuem papel importante no transporte urbano brasileiro; o país é o maior mercado mundial de ônibus; é também o maior produtor de ônibus (…); a frota de ônibus da Região Metropolitana de São Paulo é a maior concentração do mundo (…); São Paulo tem um dos maiores problemas de poluição do mundo; os veículos motorizados são responsáveis por 90% das emissões de poluentes na atmosfera; a maioria dos ônibus é com motores a diesel com alta emissão de NOx e particulados; e o Brasil é líder na redução de gases de efeito estufa por meio do uso de energia hidroelétrica e do etanol“.

A primeira unidade foi colocada em operação experimental em julho de 2009. Com base nessa experiência o projeto foi revisto e, em junho de 2015, três novas unidades foram introduzidas no corredor. Ainda dotados de carrocerias Marcopolo e chassis Tuttotrasporti, os novos ônibus ganharam mais espaço interno, resultado da transferência das baterias e dos tanques para geração de energia, antes localizadas no final do salão, para o teto.

<emtu.sp.gov.br>





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