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Estaleiro naval fundado em 1944, no Rio de Janeiro (RJ), e desde 1966 instalado na Ilha do Governador, a Emaq participou ativamente do Programa de Construção Naval do governo federal, que na década de 70 elevou o Brasil à posição de segundo maior construtor mundial de embarcações, atrás apenas do Japão. A partir de 1974, tentando se proteger da já previsível instabilidade do setor, a empresa procurou diversificar a atuação, construindo nova unidade industrial em Magé (RJ) e firmando contratos de transferência de tecnologia para a fabricação de locomotivas diesel-elétricas MLW-Alco (de origem canadense) e guindastes sobre pneus.

Produzidos sob licença da norte-americana Koehring Co., os primeiros guindastes foram entregues em 1976, já com cerca de 79% de conteúdo nacional. Eram modelos Bantam Telekruiser S-628, com lança telescópica e capacidade para 18 t, equipados com motor Detroit Diesel. Naquela altura a empresa já obtivera autorização do CDI para produzir mais dois modelos Koehring – um guindaste de menor porte, também telescópico sobre rodas (S-626, para 15 t), e uma escavadeira hidráulica.

Anos depois, já em 1984, a empresa lançou mais um equipamento autopropelido, fornecendo as primeiras dragas anfíbias do país (modelo H-400-4), 100% nacionais, porém sob licença de uma firma holandesa. Projetada para operar em regiões pantanosas movimentando-se por seus próprios meios, a máquina possuía transmissão hidráulica que movimentava quatro pernas mecânicas e acionava suas grandes rodas, que também tinham a função de flutuadores.

Naquela altura, porém, a indústria naval brasileira entrava em recessão; dois anos depois a crise já se encontrava profundamente instalada na Emaq. Em meio a atrasos de pagamento e ameaça de greve dos trabalhadores, a empresa buscava soluções, quer através da associação com grupos mais fortes, quer pelo ingresso na indústria bélica (falava-se na fabricação de carros de combate e veículos de combate a incêndio em aeroportos – modelo, aliás, seguido pela Verolme). No entanto, também as verbas das Forças Armadas vinham minguando aceleradamente, inviabilizando o desenvolvimento e encomenda de novos equipamentos.

Ainda em 1986 a Emaq apresentou pedido de falência; a fábrica de Magé foi paralisada e a produção de equipamentos definitivamente suspensa; dezenas de locomotivas, já vendidas, não foram concluídas. No início do governo Collor, os estaleiros Emaq e Verolme foram comprados pelo polêmico investidor Nelson Tanure (conhecido pela prática de adquirir empresas em dificuldade a preços baixos e revendê-las com lucro, sem recuperá-las); em 1994 foram ambas fundidas com o estaleiro Ishikawajima. Com a débacle do setor naval brasileiro, as instalações da Emaq na Ilha do Governador foram desativadas, ficando ociosas até 1995, quando foram arrendadas à Eisa – Estaleiros Ilha S.A., que as utilizam até hoje.





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