> > ELVA

ELVA | galeria

Marca do automóvel esportivo e dos bipostos de competição construídos em Salvador (BA), entre 1968 e os primeiros anos dos 70, pelo engenheiro e piloto de kart carioca Élcio Paiva (daí o nome Elva), então residindo na Bahia.

A aventura foi iniciada pelo simples desejo de construir um carro para uso pessoal. Inspirado pelo Ford GT 40 e os grandes esportivos Lamborghini de então, Élcio concebeu um GT com mecânica Volkswagen, para o qual utilizaria a plataforma completa de um Fusca 1962 acidentado. Todo o trabalho – desde a moldagem da carroceria de fibra de vidro até a montagem final do carro – foi realizado na garagem de sua casa, sem infra-estrutura adequada e nas mais precárias condições, apenas com a ajuda de amigos, entre os quais Paulo Roberto dos Santos e o também engenheiro e preparador Raimundo Castro.

A despeito de tudo, o resultado foi mais do que satisfatório. Com a cilindrada aumentada para 1.700 cm3 e potência de 95 cv, o carro conseguia atingir 182 km/h, acelerando de zero a 100 em 15,5 segundos. O interior recebeu acabamento de luxo e instrumentação completa: bancos especiais, volante esportivo, cintos de segurança, console central, conta-giros, amperímetro, marcador de pressão do óleo, iluminação interna, sistema de som com quatro caixas, toca-fitas, acendedor de cigarros, apoio para cabeça e bolsas e cinzeiros nas duas portas. No exterior, limpador de para-brisas com duas velocidades e esguicho, para-choques de aço inoxidável e vigia traseira e faróis encobertos por persianas, ao jeito do Lamborghini. O carro foi pintado na cor amarelo-canário com largas faixas pretas nas laterais. Até mesmo um logotipo foi criado para ele, aposto na dianteira e traseira, nas rodas, no volante e nos cintos de segurança.

Estimulado pelo sucesso do Elva, logo Élcio – já campeão do Torneio Norte-Nordeste de kart – decidiu preparar uma versão de competição de seu GT.  A primeira delas – Elva I – se mantinha fiel à plataforma Volkswagen e, em linhas gerais, ao estilo do GT, porém com carroceria aberta e aliviada de peso. A versão seguinte (Elva II) já trazia chassi tubular e motor (ainda VW) em posição central. Pelo menos três equipes baianas correram com os carros : RM (Retífica Moderna), Cobape (revenda VW de Salvador) e Cravo-Bauer. Chegou a ser preparado um Elva III, com carroceria totalmente nova, pilotado pela equipe RM, mas o carro não tardou a ser destruído em um acidente.

Os bipostos Elva conquistaram alguns pódios em competições locais.

 

[LEXICAR agradece a José Geraldo Fonseca, cuja contribuição motivou a criação desta página.]





GmailFacebookTwitter