DARDO |
Pequeno carro esportivo projetado por Toni Bianco, cópia do Fiat X1/9 italiano, obra do estúdio do grande designer Nuccio Bertone. Apresentado no XI Salão do Automóvel, em 1978, com a sigla F1.3, foi lançado quase um ano depois. Produzido pela Corona S.A. Viaturas e Equipamentos, de Diadema, SP, fabricante de carrocerias para caminhão, da qual Bianco era diretor técnico, o Dardo tinha dois lugares e carroceria targa, moldada em fibra-de-vidro, com teto rígido removível e faróis escamoteáveis. Foi o primeiro fora-de-série nacional a usar mecânica Fiat – conjunto motor-caixa do Rallye (1.297 cm3, 72 cv) instalado em posição transversal, entre-eixos, com radiador de água montado na dianteira.
Para sustentar os elementos mecânicos e a carroceria foram projetados três subchassis tubulares, unidos em plataforma única por meio de recobrimento com fibra-de-vidro; a suspensão era a mesma do Fiat e os freios a disco nas quatro rodas. A localização central do conjunto mecânico e a localização do pneu de reserva atrás dos assentos liberavam espaço suficiente para a instalação de dois razoáveis compartimentos de bagagem, à frente e na traseira, com 310 litros, volume excepcionalmente elevado para veículos da categoria. Quanto ao habitáculo, o carro apresentava insuficiências na ergonomia e desenho dos componentes, mau acabamento (apesar da boa qualidade do material empregado) e um discreto painel de instrumentos trazido da VW Variant II.
Em 1981, quando foi oferecida opção de motor a álcool, o painel foi substituído por um de elementos circulares (do Passat, depois novamente trocado pelo do Fiat Oggi) e algumas das deficiências de acabamento equacionadas. No mesmo ano foi lançado o modelo F1.5, com motor de 1.496 cm3 e 96 cv (um 1.3 transformado pela Silpo Equipamentos Esportivos, a pedido da Corona). Inicialmente sem alterações estilísticas com relação ao modelo anterior, o F 1.5 ganhou personalidade própria a partir do XII Salão do Automóvel, quando foram apresentados novo desenho da frente, inspirado no Porsche 928 (faróis ainda escamoteáveis, porém voltados para fora, grade, lanternas e para-choque também novos), lanternas traseiras envolventes (do Ford Del Rey), placa de matrícula traseira deslocada para abaixo do para-choque e barra longitudinal de ligação entre para-brisa e targa, sobre a qual foram posicionados alguns controles. No Salão foi também mostrada uma versão super equipada, montada por uma nova empresa paulista, chamado Mont Serrat.
Estima-se que tenham sido produzidas cerca de 300 unidades até 1983, quando a Corona suspendeu a fabricação do Dardo e vendeu o projeto para um empresário italiano, que voltou a construir o carro em Cotia (SP), com a marca Grifo. Com a pretensão de exportá-lo, algumas alterações foram introduzidas (para-choques salientes, faróis novamente ocultos). Entretanto, apesar do apoio técnico de Toni Bianco, dois anos depois a produção foi mais uma vez paralisada. Ainda assim, o estoque de carrocerias moldadas foi sendo paulatinamente aproveitado, em encomendas esparsas. O último Dardo teria sido montado em 2004.