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Pequeno fabricante de carros fora-de-série do Rio de Janeiro (RJ), a Dankar Indústria e Comércio de Veículos Ltda. produziu em pequena quantidade, no início da década de 80, dois originais modelos. A empresa sucedeu à Squalo Indústria e Comércio de Veículos, que em 1979 apresentou um inédito cupê sobre plataforma Volkswagen Brasília, ao qual deu o nome Squalo.

Ao assumir a administração da empresa, em 1980, a Dankar manteve a marca do veículo, porém logo tratou de interferir em sua arquitetura, para ele projetando um chassi próprio que recebesse a moderna mecânica Passat TS, com o motor AP 1600 montado em posição central. O carro então passou a contar com chassi tubular com túnel central e freios a disco assistidos nas quatro rodas. A suspensão era totalmente independente, a dianteira por barras de torção (do Brasília) e a traseira tipo McPherson (composta pelo conjunto dianteiro do Passat); o radiador, de projeto especial com duas ventoinhas elétricas, ficava localizado na frente do carro. A tração era traseira.

A carroceria, moldada em plástico reforçado com fibra-de-vidro, tinha faróis escamoteáveis retangulares (vindos do Fiat 147), faróis de milha, vidros laminados elétricos e para-brisa traseiro térmico (do Passat); os limpadores recolhiam-se por trás do capô quando fora de uso. Afixado ao falso para-choque (a larga faixa à frente do carro, pintada de preto fosco), uma tira de borracha protegia a dianteira.

O bem acabado interior tinha painel de madeira e instrumentação completa, console central, ar condicionado, volante revestido de couro com apenas um raio, bancos esportivos tipo concha também em couro e cintos de segurança de três pontos.

Além de certa semelhança com o perfil traseiro do Puma (que foi utilizado na preparação dos moldes para laminação das carrocerias do Squalo), o único ponto passível de crítica no estilo do modelo foi logo equacionado: as desnecessárias falsas entradas de ar nas colunas traseiras foram substituídas por grelhas funcionais, aerodinamicamente aspirando o ar quente acumulado no interior da cabine. Inicialmente pintadas de preto, a partir de 1981 passaram a vir na cor do carro.

Em dezembro de 1981, a Dankar lançou o sedã Julia, modelo de menor custo que, apesar das linhas conservadoras e pouco criativas, teve mais sucesso de mercado do que o cupê Squalo. Tratava-se, na verdade, da transformação do Passat em um modelo três volumes com duas portas. A estrutura monobloco original era mantida, recebendo então os componentes de fibra-de-vidro que a revestiam. A grade dianteira era a do carro original e acompanhava a evolução do modelo (dois faróis retangulares, até 1983, e quatro faróis a partir daí). As alterações mais radicais estavam na traseira, que recebia as lanternas do Chevrolet Opala e o para-brisa (dianteiro) do Fiat 147. O painel de instrumentos era mais completo do que o do Passat e os vidros traseiros abaixavam.

A vida ativa da Dankar foi breve, como usual entre os pequenos fabricantes: foram construídas menos de três dezenas de cupês Squalo (duas unidades exportadas); quanto ao Julia, em 1984 seus direitos de produção foram repassados para a Mac Laren, que os fabricou por mais poucos anos.

 

[LEXICAR agradece a contribuição de Rogério Foster Vidal na atualização desta página.]





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