CRONOS |
A Cronos Tecnologia e Desenvolvimento de Veículos Ltda. foi constituída em 1984, em São Paulo (SP), para produzir e comercializar minigaiolas. O primeiro produto da empresa foi um pequeno veículo de um lugar, com comprimento de apenas 2,36 m (1,42 m entre eixos). Seu projetista, Paulo Mandalá (também fundador da Cronos), desejava equipá-lo com motores 250 cm3 de motocicleta, porém não conseguiu que os fabricantes os disponibilizassem, daí recorrendo à tradicional mecânica Volkswagen. A partir do monoposto (não homologado para o tráfego urbano) foi projetado um modelo de dois lugares e 2,67 m de comprimento (1,77 m entre eixos), o primeiro a receber a marca Crotalus. Muito bem projetadas e construídas, as gaiolas da Cronos tinham uma característica então inexistentes na categoria: suspensão traseira com molas helicoidais (do Fiat 147).
A linha de produtos foi sendo rapidamente diversificada, e já em 1986 eram colocados à venda o Crotalus II, mais bem equipado, com carenagem dianteira aerodinâmica, moldada em fibra de vidro, porta bagagens sobre o motor, capota de lona e fechamento lateral da cabine, e o kartcross infantil Easy Rider, com motor Branco de dois tempos e 3,5 cv, câmbio de três velocidades por polias e suspensão independente com amortecedores de motocicleta nas quatro rodas. Para 1988 foram preparados mais três modelos, dois deles infantis: o Easy Rider Gigante, com chassi alongado para comportar adolescentes de até 16 anos, e o anfíbio Iguana, complexo projeto 6×4, acionado pelo mesmo motor de 3,5 cv do Easy Rider (opcionalmente 5 cv) com transmissão por corrente e, na água, por turbina hidrojato e leme acionado por alavanca manual. O lançamento para adultos foi o Crotalus III, “gaiola urbana” com quatro lugares, carenagem traseira, estepe montado na dianteira, carroceria totalmente vedada, porta-luvas e rádio com fones de ouvido. À exceção do Gigante, os dois outros modelos não tiveram fabricação seriada. Além destes, a empresa prometia o lançamento de um pequeno veículo com motor de motocicleta com 125 a 350 cm3 e suspensão independente nas quatro rodas para uso em áreas rurais, que todavia não chegou a ser apresentado.
A despeito da qualidade de seus carros, a Cronos não resistiu à conturbação do mercado que se seguiu à abertura das importações, no início da década de 90. Assim, mesmo após ter alcançado picos de produção de 40 unidades mensais, em 1992 a empresa cessou as atividades como fabricante de veículos.