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CHEDA | galeria

Marca dos veículos fabricados pela Mari Auto SA, concessionária Volkswagen de São Paulo (SP) fundada no início da década de 60. Em 1982 lançou seu primeiro modelo, o CB, projetado por Mario Belatto Jr. (criador, entre outros, do instigante protótipo Griffon). Elegante conversível de dois lugares com perfil em cunha, o CB trazia grandes faróis quadrados protegidos por lentes de acrílico (posteriormente eliminadas), acompanhando as linhas afiladas da carroceria, e um spoiler traseiro sobre a tampa do motor. O corpo era moldado plástico reforçado com fibra de vidro e a mecânica Volkswagen 1600 boxer com 57 cv – a mesma, aliás, de todos os demais modelos que seriam lançados pela empresa. O carro era montado sobre plataforma Fusca encurtada em 30 cm.

A Mari Auto esteve presente no XIII Salão do Automóvel, em novembro de 1984, quando apresentou mais dois carros: o buggy MB e o conversível MC. Também com dois lugares, o MC era um modelo mais sofisticado, com vidros ray-ban, direção regulável, janelas com acionamento elétrico, bancos esportivos e equipamento de som de série. O projeto do carro tomou o CB como base, dele herdando mecânica e carroceria, esta substancialmente alterada, em especial na dianteira, que se tornou mais saliente e ganhou grade falsa e o jogo de faróis duplos do Passat. Tanto o CB como o MC receberam aberturas adicionais para refrigeração do motor, localizadas entre as portas e os arcos das rodas traseiras.

Já o MB, embora também não trouxesse nada de novo na mecânica, era um projeto muito mais inovador, tendo sido um dos buggies esteticamente mais interessantes já produzidos no país. Concebido pelo engenheiro Mário Bellato Jr. (que havia participado do desenvolvimento do Griffon), sua carroceria de fibra com estrutura tubular e volumes bem proporcionados se diferenciava da concorrência em grande número de detalhes: estilo especialmente agradável no conjunto faróis/lanternas/capô e na traseira, santantônio integrado tipo targa, para-choques verdadeiros à frente e atrás, para-lamas que realmente abrigavam as rodas, motor protegido pela traseira envolvente, duas cores, spoiler dianteiro com faróis auxiliares, para-brisa rebatível com maior inclinação, diversos porta-objetos no painel e nas laterais, espaço porta-ferramentas sob o banco traseiro, painel de instrumentos completo e bem desenhado.

No Salão seguinte, em 1986, a Mari Auto fez dois novos lançamentos, ambos desenvolvidos a partir do buggy MB. O primeiro, o MB Selva, era uma versão para uso fora de estrada, com suspensão levemente modificada (novos amortecedores, maior distância do solo, pneus lameiros), bloqueio seletivo nas rodas traseiras e acréscimo de grande número de acessórios, dando ao carrinho ares valentes de jipe: pneu estepe sobre o capô, galão adicional de combustível no canto traseiro esquerdo (duas novidades que, por outro lado, traziam incômodo problema de visibilidade), guincho dianteiro, engate traseiro, para-choques tubulares mais elevados, telas de proteção para faróis e lanternas, luz de ré, faróis auxiliares direcionais e canos de descarga com saídas mais altas. A melhor distribuição de cargas, obtida pela localização dianteira do estepe e do guincho, proporcionou um comportamento dinâmico melhor do que o observado no buggy, considerado sofrível pela imprensa especializada. O segundo lançamento de 1986 foi o MB Endurance, caríssimo bugue futurista que não chegou a ser industrializado, equipado com o onipresente motor VW boxer com a cilindrada aumentada para 1,8 litro, potência de 94 cv, suspensão regulável e aerofólio de comando elétrico.

A produção de veículos Cheda cessou no início da década de 90. Anos depois a BRM adquiriu a linha de fabricação da marca (moldes, gabaritos e direitos de reprodução).





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