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Muitas centenas de imagens acompanharão os 56 verbetes que LEXICAR lançará em janeiro. Falaremos de pequenos fabricantes de grandes carros, como Fúria, Fera e Farus, mas também da maior indústria automobilística do país – a Fiat – com seus automóveis, caminhões e – sim! – tratores.

Serão relatadas as histórias da Ford, primeira empresa a instalar linha de montagem no Brasil, no remoto 1919 (lá se vão quase cem anos!), e da FNM, primeira indústria brasileira de veículos, produzindo caminhões bem antes de constituído o Geia, considerado o marco oficial da criação da indústria automobilística nacional.

Mas haverá mais: a trajetória dos irmãos Fittipaldi e dos carros que projetaram e construíram, desde o Fitti-Vê até os ousados monopostos de Fórmula I, únicos até hoje concebidos no Brasil; a história da Fyber, maior e mais antigo fabricante nordestino de buggies; e a descrição dos lançamentos da Furglaine e Futura, empresas pioneiras na produção de vans e furgões no país.

Por fim, serão mostradas as inúmeras criações produzidas por alunos e professores da FEI, a Faculdade de Engenharia Industrial, em São Bernardo do Campo, celeiro de técnicos e engenheiros para nossa indústria de veículos. Coordenados pelo grande projetista Rigoberto Soler entre as décadas de 60 e 70, importantes projetos foram gerados pelo Departamento de Estudos e Pesquisas de Veículos da FEI, tradição hoje perpetuada nas mostras Expo MecAut onde, duas vezes por ano, os alunos apresentam seus projetos de fim de curso, muitas vezes em escala 1:1 ou sob a forma de protótipos operacionais.

Serão mais de 50 entradas, desde a história do minicarro Economini, dos anos 80, até o relato da contribuição do Exército Brasileiro e de suas instituições de ensino e pesquisa no desenvolvimento de equipamentos militares terrestres, setor no qual o país se tornou importante fornecedor mundial, tendo a Engesa como empresa líder. Engesa, cuja história também será contada no próximo mês.

Mundialmente conhecida por seus blindados modernos, eficientes e de baixo custo operacional, veremos que a empresa teve ainda papel de relevo no mercado civil, projetando e produzindo desde tratores agrícolas e florestais até o surpreendente Engesa 4, tido como o melhor jipe até então fabricado no país.

Da relação de empresas iniciadas com a letra E, duas transformadoras se destacam pela diversidade e criatividade dos seus produtos – Engerauto e Envemo. A primeira, além do grande número de conversíveis e cabines-duplas derivadas de veículos Ford, produziu carrocerias de ônibus e um original carro três-em-um, projetado por Anísio Campos, chamado Topazzio.

A Envemo, por sua vez, usualmente tomando como base veículos Chevrolet, desenvolveu enorme variedade de modelos conversíveis, caminhonetes, targas, sedãs e picapes. Além destes, foi responsável pelo Super 90, reconhecidamente uma das melhores réplicas do Porsche 356C já fabricadas, e pelo Camper, station wagon 4×4 que até hoje encontra admiradores.

Em dezembro, por fim, nos lembraremos da Eliziário, o tradicionalíssimo fabricante gaúcho de carrocerias de ônibus que criou escola nos estados do Sul e, apesar de seu conservadorismo, foi nacionalmente respeitado pela qualidade e resistência dos seus produtos.