Novidades

LAT.BUS 2024

A vez dos elétricos

agosto 2024

Em agosto aconteceu na capital paulista a edição 2024 da já tradicional Feira Latinoamericana do Transporte. Houve, como era de se esperar, lançamento de carrocerias e alguns modelos a diesel, mas pela primeira vez na história da mostra as grandes estrelas foram os veículos elétricos.

Além dos já conhecidos modelos BYD, Eletra e Marcopolo, todos os grandes fabricantes apresentaram novidades, desde um micro-ônibus híbrido Volare até chassis 100% elétricos pesados Mercedes-Benz, Scania, Volkswagen e Volvo, passando pelo inesperado protótipo de chassi convencional eletrificado apresentado pela Iveco.

VOLVO

Veio da Volvo a mais impactante novidade – o biarticulado BZRT, com piso alto e entrada baixa, ainda importados da Suécia, porém em fase de nacionalização com participação da engenharia brasileira. Apto a receber carrocerias de até 28,0 m para até 250 passageiros, também previsto em versão articulada de 21,0 m e 160 passageiros, compartilha elementos mecânicos com o chassi diesel B340M. Traz dois motores centrais de 200 kW alimentados por seis ou oito baterias de íons de lítio com capacidade total de até 720 kWh, gerando o equivalente a 540 cv.

Também foi exposto o chassi de dois eixos BZR, para carrocerias de até 13,5 m e 90 passageiros – versão em chassi de longarinas com piso alto e entrada baixa do chassi de piso baixo BLZ, apresentado na Lat.Bus 2022. Proposto para aplicações urbanas, de fretamento e rodoviárias de curta distância, vem com um ou dois motores de 200 kW (270 cv) e quatro ou cinco baterias de 94 kWh (por ter chassi de longarinas e piso mais alto, as baterias do BZR são localizadas entre as longarinas, e não no teto, como no BZL).

BZR e BZRT possuem câmbio automatizado de duas marchas I-shift, autonomia de até 250 km e recarga entre duas e quatro horas, a depender da potência da estação, havendo opção de carregador no teto da carroceria para recargas rápidas em terminais.

As vendas terão início ainda neste ano, com produção prevista para o primeiro trimestre de 2025. Não há planos de nacionalização do modelo de piso baixo BZL.

 

   

Chassi biarticulado Volvo BZRT (fotos: LEXICAR)

 

MERCEDES-BENZ

Além de mostrar novidades nas linhas de chassis a diesel e expor o já conhecido modelo elétrico eO500 U, a Mercedes-Benz promoveu a primeira apresentação do chassi elétrico articulado de piso baixo eO500 UA, com início de produção previsto para 2026.

Com 18,0 m e capacidade para 120 passageiros, tem motor elétrico central de 400 kW (ZF importado com 544 cv equivalentes), pacote de sete baterias BorgWarner (montadas no Brasil), suspensão totalmente pneumática (independente na dianteira), freios regenerativos a disco em todos os eixos e autonomia de 200 a 300 km.

SCANIA

Apresentação do chassi elétrico K230E B4x2LB de piso alto e entrada baixa (desenvolvido a partir da família K), com 12,0 ou 14,0 m, suspensão pneumática nos dois eixos, motor EMC (Electric Machine Central) de 230 kW (potência equivalente a 310 cv) e quatro ou cinco bancos de baterias de lítio-níquel-manganês-cobalto montadas no teto.

Mesmo com ar-condicionado ligado e topografia íngreme, a Scania garante autonomia de 250 ou 300 km, a depender da quantidade de baterias. O chassi traz unidade de carregamento de 130 kW, com capacidade de recargas entre 150 e 170 minutos.

Embora 60% dos componentes sejam nacionais, o elevado peso das baterias obrigará que a produção seja iniciada com o reduzido índice de nacionalização de 20% em peso. Há planos de curto prazo para incrementar a agregação de componentes locais.

 

   

Articulado Mercedes-Benz eO500 UA e Scania K230E B4x2LB (fotos: LEXICAR)

 

VOLKSWAGEN

Lançamento oficial do chassi elétrico e-Volksbus 22L, que chega ao mercado após um ano de testes, pronto para entrar em produção.

Com pbt de 22 t, 13,2 m de comprimento e capacidade para até 82 passageiros, possui chassi de longarinas com entradas dianteira e central baixas, suspensão pneumática integral com “agachamento” no embarque-desembarque, frenagem regenerativa, motor elétrico de 280 kW (360 cv equivalentes), oito a doze baterias de íons de lítio-ferro-fosfato montadas no teto (as mesmas utilizadas no caminhão e-Delivery), autonomia de 250 a 350 km e até três horas de tempo de recarregamento. Inicialmente motor e baterias serão importados.

IVECO

Apesar de não dispor no país de nenhum chassi pesado para aplicações urbanas e sequer de um modelo com motor traseiro, a Iveco não se furtou a apresentar sua proposta elétrica – o protótipo de chassi de piso alto 17-E BEV. Desenvolvido no Brasil, 4×2 com suspensão por feixes de molas, foi equipado com motor WEG de 145 kW no entre-eixos e quatro ou oito conjuntos de baterias chinesas CATL instalados entre as longarinas do chassi.

Montado pela firma Giaffone Electric, de Cotia (SP), o conjunto permitiria autonomia de 120 ou 250 km.

 

   

Chassis Volkswagen e-Volksbus 22L e Iveco 17-E BEV (fotos: LEXICAR e Iveco)

 

MARCOPOLO

Único fornecedor de ônibus elétricos completos, com chassi e carroceria de fabricação própria, a Marcopolo expôs o modelo Attivi, já em produção plena e com diversas unidades encomendadas. Na linha de carrocerias, lançou o modelo Viaggio 1050 Geração 8.

VOLARE

A subsidiária da Marcopolo levou à feira o inédito modelo Attack 9 HVE – primeiro micro-ônibus híbrido a etanol desenvolvido no país. Com início de produção previsto para 2025, conta com motor Horse 1.0 a etanol de 125 cv (o mesmo do Renault Kardian), motor elétrico WEG de 75 kW e três baterias com total de 122 kWh, alcançando autonomia de 450 km.

Além do híbrido, foram lançadas mais três micros a diesel: Attack 8 em versão curta, Attack 10 e Fly 12.

ELETRA

Em associação com a Caio, a Eletra mostrou diversos de seus conhecidos produtos, desde os escolares sobre chassis Mercedes-Benz e Volkswagen até os vários padron pesados em chassis Scania, Mercedes-Benz e BYD, expostos sob a marca Caio eMillenium.

 

   

Micro-ônibus híbrido Volare Attack 9 HVE e ônibus escolar Eletra em chassi Volkswagen com carroceria Caio (fotos: portal automundo e LEXICAR)

 

BYD

A empresa chinesa expôs dois de seus chassis de dois eixos – D9W e D9A, respectivamente com piso baixo e alto. Também, fora do contexto, mostrou seu sedã elétrico King.

OUTROS FABRICANTES

Busscar lançou seu novo double decker Panorâmico DD NB1, Caio focou nos eMillenium sobre chassis elétricos Eletra e Comil mostrou os modelos Campione Invictus DD e HD, este lançado no primeiro semestre do ano. A novidade da Irizar foi o rodoviário i6S Efficient, enquanto que a Mascarello complementou sua Família Roma de rodoviários com os modelos R4 e M4.

 

Você encontrará imagens de todos estes modelos nas páginas respectivas de seus fabricantes.





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FENATRAN 2019

Poucos - mas grandes - lançamentos

novembro 2019

Entre 14 e 18 de outubro aconteceu, em São Paulo (SP), o 22o Salão Internacional do Transporte Rodoviário de Carga. Pela primeira vez a Ford esteve ausente da feira, mas não faltaram novidades: foram pelo menos três – importantes – trazidas pela Iveco, Mercedes-Benz e Volkswagen Caminhões. Scania e Volvo expuseram seus modernos pesados e extrapesados, recentemente atualizados, e Citroën e Peugeot mostraram suas linhas de utilitários, todos importados.

 

DAF

Ocupando o principal stand do Salão, um grande espaço bem à frente da entrada do pavilhão, a holandesa DAF deu mostras de sua determinação em continuar avançando no mercado brasileiro.

Além de expor as duas linhas de pesados CF e XT, lançou seu primeiro modelo rígido nacional – um CF 85 6×4 com carroceria basculante.

Além dele, surpreendeu com a exibição de dois caminhões leves LF, importados, a serem agregados ao serviço de assistência técnica da marca como oficinas móveis de manutenção – iniciativa que é, a um só tempo, bela vitrine para um modelo desconhecido no país e inteligente instrumento de pesquisa do interesse do mercado em sua nacionalização.

Como curiosidade – e sem qualquer intensão em comercializá-lo aqui -, a empresa mostrou um enorme caminhão T680 vermelho da norte-americana Kenworth, uma das três marcas produzidas pelo grupo controlador da DAF.

 

IVECO

A Iveco apresentou a nova geração dos utilitários Daily, mostrada em diversas versões – furgão, van para passageiros, chassi-cabine e cabine-dupla. Lançada na Europa em abril passado e com produção nacional programada para meados de 2020, a linha ganhou novo estilo, interior redesenhado, maior conteúdo tecnológico e itens de segurança e conforto, tais como controle de estabilidade e tração, assistente de partida em rampa, sensores de estacionamento, controle de velocidade de cruzeiro, central multimídia com tela sensível ao toque, ar-condicionado digital e comandos no volante. Para facilitar a manutenção, o para-choque passou a ser tripartido.

Ainda montada sobre quadro de chassi com longarinas, a linha 2020 manteve três opções de motor diesel (130, 150 e 170 cv) e duas de câmbio (manual de seis marchas e automático). São 14 as versões disponíveis, uma delas especialmente projetada para transformação em motor-home.

 

     

DAF LF e novo Iveco Daily furgão (fotos: LEXICAR).

 

MAN

Marca top da Volkswagen Caminhões e Ônibus, a MAN lançou na feira opção de suspensão pneumática para o trator TGX 28.440 6×2.

 

MERCEDES-BENZ

A mais importante novidade da Fenatran foi trazido pela Mercedes-Benz: a nova geração da família de extrapesados Actros,  lançada ano passado na Europa. Resultado da inversão de R$ 1,4 bilhão, última parcela do programa plurianual de R$ 2,4 bilhões, traz a última palavra em tecnologia embarcada, segurança ativa e conectividade.

Divulgado pela empresa como “o primeiro caminhão digital do país“, com ele a Mercedes-Benz almeja equipará-lo aos caminhões topo de linha da concorrência – leia-se MAN, Scania e Volvo. Para completar, os veículos teriam menor custo de manutenção preventiva (redução das paradas programadas, maior intervalo entre intervenções obrigatórias) e consumiriam até 12% menos combustível do que eles (graças à melhor aerodinâmica da cabine, ao piloto automático preditivo, câmbio e turbo-compressor novos e ao menor peso do veículo).

O caminhão nacional não é exatamente igual ao europeu, tendo sua adaptação para as condições brasileiras consumido 20 mil horas de simulações da engenharia, 18 mil horas de testes físicos e 4 milhões de quilômetros rodados. Diferentes são a motorização, os freios, a suspensão traseira metálica com coxins de borracha (mais robusta do que a pneumática) e detalhes internos da cabine.

A adaptação do projeto, contudo, não significou perda de conteúdo tecnológico. O modelo traz,  de série em toda a linha, as principais tecnologias globais, como radar e câmera para monitorar seus sistemas de segurança ativa, frenagem automática de emergência (reconhecendo veículos, pedestres e obstáculos fixos), controle adaptativo de velocidade com aceleração e frenagem automáticas, controle de estabilidade, alerta de desvio de faixa, sensores laterais de ponto cego, alerta de fadiga e navegação inteligente para economia combustível, antecipando aceleração e frenagem de acordo com curvas e topografia da rota à frente.

Todas as versões trazem, ainda, retarder, ABS, freio eletrônico de estacionamento com função hold, assistente de partida em rampa, partida por botão, ar-condicionado digital, duas telas digitais no painel (uma com as principais informações do veículo, outra multimídia sensível ao toque), volante multifuncional com mouse para acionar as funções do painel, celular com espelhamento e carregamento por indução (sem fio), “farol alto inteligente” (mudança automática do foco ao detectar veículo em sentido contrário), sensores de chuva e penumbra e banco pneumático para o motorista com 15 ajustes.

Únicos itens de segurança opcionais são airbag para o motorista e o inédito (e muito caro) sistema MirrorCam, substituindo os retrovisores externos e ampliando o campo de visão do condutor. (Grande chamariz do stand da marca na Fenatran, a versão equipada com MirrorCam era anunciada como “primeiro caminhão sem retrovisores externos da América Latina“.)

Com o novo Actros a Mercedes-Benz estreia o aplicativo MB Uptime, sistema que monitora o veículo, envia informações ao fabricante e às 180 concessionárias da marca e programa manutenções.

Produzido em São Bernardo do Campo, a nova linha chega em seis versões, todas cavalos-mecânicos com transmissão automatizada de 12 marchas: 2653 6×4 (com novo motor de 13 litros e 530 cv), 2651 6×4 (510 cv), 2648 6×4 (480 cv), 2553 6×2 (530 cv), 2548 6×2 (480 cv) e uma inédita 4×2 (2045, com 450 cv). As versões 6×4 podem trazer, como opcional, o novo sistema DLT (Disconnected Liftable Tandem), que permite suspender e desconectar o terceiro eixo quando desnecessário seu uso.

Totalmente nova, a cabine é ampla, com 1,84 m de altura interna e leito de 2,20 m de comprimento e 0,75 de largura (10 cm mais longa e 15 cm mais larga do que a atual). Contém 32 porta-objetos, geladeira de 25 litros e climatizador. A estrela de três pontas na grade frontal é iluminada.

Segundo a empresa, a despeito do volume de tecnologia embarcada, o novo Actros foi lançado com índice de nacionalização de 60%, mais elevado do que o da geração anterior, inicialmente importada em regime CKD e aqui montada, e que levou três anos para atingir nível semelhante. É intenção do fabricante continuar incrementando o conteúdo local (o câmbio automatizado, por exemplo, passará a ser fabricado no país a partir do próximo ano).

Trazendo a mesma mecânica do novo Actros, a geração antiga permanecerá em produção em Juiz de Fora.

Além do Actros, a Mercedes-Benz trouxe para o Salão a nova geração da família de utilitários Sprinter, importada da Argentina, revelada na Europa em 2018 e ainda inédita no Brasil.

 

     

Novo Mercedes-Benz Actros 2648 6×4 com retrovisores virtuais MirrorCam e Volkswagen Delivery 11.180 4×4 (fotos: LEXICAR). 

 

SCANIA

A Scania se dedicou a divulgar sua moderníssima nova geração de caminhões, recém-lançada (clique aqui para saber mais sobre a nova linha). Destaque foi dado à nova linha XT, para aplicações severas, pacote passível de ser especificado para qualquer cabine da marca, bem como à oferta de motorização a gás, a ser comercializada a partir do primeiro trimestre de 2020.

 

VOLKSWAGEN CAMINHÕES

A VWC mostrou muitas novidades em toda a gama. Na linha Delivery, surpresa com o lançamento de uma versão 4×4 para o modelo 11.180. Equipado com motor Cummins de 175 cv, câmbio manual de seis marchas, caixa de transferência Marmon-Herrington com dupla redução, bloqueio no diferencial e pneus de uso misto, tem 4,0 m de distância entre eixos, ângulo de entrada de 300 e PBT de 10,7 t. Como opcionais, grade de proteção dianteira, guincho e faróis de milha. É intenção do fabricante conquistar, com o novo produto, o mercado do Ford F-4000 4×4, que dominava o segmento e saiu do mercado. A família Delivery ganhou, ainda, câmbio automatizado de seis marchas V-Tronic (com opção de modo manual) para os modelos 9.170 e 11.180 4×2.

Na linha Constellation, também os modelos 17.280, 24.280 e 30.280 receberam opção de caixa automatizada (de dez marchas), acompanhada de assistente de partida em rampa e monitor de desempenho em função da carga e topografia do trajeto. O cavalo-mecânico 25.360 passa a vir de série com câmbio automatizado de 16 marchas, cabine-leito de teto alto, retrovisores, vidros e abertura de portas elétricos e faróis auxiliares. Foi apresentada nova versão do vocacional Constellation Constructor 26.260 8×4, 1,2 tonelada mais leve do que a anterior – redução obtida mediante a utilização de rodas de alumínio e suspensão pneumática e o redimensionamento do chassi. O motor é MAN de 256 cv e o câmbio, manual de nove marchas.

A versão Robust foi estendida aos modelos Constellation 14.190, 17.190, 17.260 e 24. 260. Por fim, foram simplificadas as ofertas de acabamento Robust e Prime, a primeira trazendo bancos de vinil, revestimento interno escuro e para-choque dianteiro plástico mais estreito, e a segunda vindo com rádio, revestimentos em tecido impermeável, banco do motorista com suspensão pneumática e leito mais comprido.

 

VOLVO

Sem lançamentos a mostrar, a Volvo criou a série especial 40 Anos para o extrapesado FH e expos o caminhão esportivo Iron Knight, de 2.400 cv, por duas vezes recordista mundial de arrancada na categoria.

 

 

 

 





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