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BORGWARD | galeria

Importante grupo industrial automobilístico alemão, proprietário das marcas Borgward, Goliath, Hansa e Lloyd, a Carl F. W. Borgward GmbH experimentou grande crescimento após a II Guerra Mundial: os dois marcos mais importantes de sua história, no período, foram os lançamentos (em 1949) do Hansa 1500 – primeiro automóvel alemão com estrutura monobloco – e (em 1954) do popularíssimo Isabella. Este encontrou ótima acolhida e logo passou a ser exportado com sucesso para grande número de países, inclusive o Brasil, que recebia o carro sob a forma SKD. O Isabella era um carro médio de concepção moderna, bonito e resistente, com duas portas e cinco lugares: carroceria monobloco, suspensão independente com molas helicoidais nas quatro rodas, caixa de quatro marchas sincronizadas, embreagem e freios (a tambor) de acionamento hidráulico. O motor era um 1.5 de quatro cilindros e 60 cv (75 cv no modelo TS), com válvulas no cabeçote. Como era usual na época, tinha tração traseira.

Foi precoce o interesse da empresa pelo mercado brasileiro, em 1951 apresentando à Presidência da República uma curiosa proposta: enviaria 6.000 carros ao Brasil, em troca de mercadorias de interesse da Alemanha, então em meio aos esforços de reconstrução pós-Guerra. Os recursos derivados da venda dos automóveis no país seriam então aplicados na construção de uma fábrica, no Estado do Rio de Janeiro, para a nacionalização de veículos da marca. O projeto não frutificou.

Em meados de 1956, ao mesmo tempo em que era criado o GEIA, a Borgward retomou consultas junto ao governo brasileiro, então visando a nacionalização de carros e caminhões diesel de porte médio. Estimava-se produção de 5.000 unidades/ano durante o primeiro triênio, após o qual seria atingida a capacidade máxima de 10.000 veículos/ano, com somente 6% de conteúdo importado.

Um ano e meio depois, em dezembro de 1957, a empresa teve aprovados pelo órgão seus planos de produção do Isabella TS, em fábrica a ser construída em Juiz de Fora (MG) ou no estado do Rio de Janeiro (caso concretizada, esta teria sido a primeira indústria de automóveis brasileira instalada fora do estado de São Paulo). Em seqüência, em outubro daquele ano foi constituída a Borgward do Brasil S.A – Indústria e Comércio, encarregada de implantar a indústria, que numa primeira etapa produziria 1.500 unidades por ano. Em 1959 a empresa apresentou ao GEIA o projeto de construção de mais um automóvel, desta vez o Lloyd Alexander, minicarro com motor quatro tempos de dois cilindros, 596 cm3 e 25 cv, tração dianteira, suspensão independente (feixe de molas transversal à frente e molas helicoidais atrás) e caixa de quatro marchas sincronizadas.

Ao mesmo tempo em que preparava sua vinda para o Brasil, porém, um quadro de instabilidade começou a rondar a matriz na Alemanha. O “Milagre Alemão”, que por dez anos seguidos garantiu ambiente de crescimento econômico e consumo acelerados, começava a dar sinais de equilíbrio. A administração do Grupo era centrada na personalidade forte de Carl Borgward, seu fundador. Mas Carl era um líder de outra era, incapaz de encarar o caráter predatório que a economia capitalista começava a exibir na Europa naqueles anos 60. Dinâmico e ousado, mas ao mesmo tempo pouco preocupado com mudanças e modernização gerencial, resistente a rever políticas e a racionalizar custos e gastos, sua figura nos faria lembrar o visionário brasileiro João Augusto do Amaral Gurgel. Assim a Borgward, empresa de porte médio em um ambiente de competição cada vez mais acirrada, sem instrumentos para se adaptar aos novos tempos, foi derrotada. A banca alemã não se dispôs a colaborar para a superação de suas dificuldades e já em 1961, após um curtíssimo espaço de tempo, foi declarada a falência do Grupo e todas as suas fábricas encerradas.

Em meio a este processo, em janeiro de 1960, “considerando que o projeto de fabricação de automóveis de passageiros Borgward, modelo ‘Isabella’ não foi iniciado e não poderá atingir nos prazos previstos, os índices de nacionalização exigidos pela legislação“, o GEIA cancelou as resoluções que concediam à empresa benefícios para sua instalação no país.





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