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A Carrocerias Aratu S.A. teve origem na IASA (ex Bons Amigos), do Rio de Janeiro, de quem adquiriu as instalações, transferindo-as em 1968 para Salvador (BA). A empresa iniciou a produção em fevereiro de 1969 com o mesmo modelo anteriormente fabricado pela IASA. Aquele foi, coincidentemente, um período de enorme incerteza para o setor, que começava a viver uma de mais profundas crises de sua história e levaria ao fechamento da maior parte das encarroçadoras brasileiras de então. Assim, como estratégia de sobrevivência, desde o início de sua existência a Aratu conjugou a produção de carros novos com a reforma de veículos usados, atividade que já no ano seguinte ultrapassou a fabricação de carrocerias.

Em 1974 a indústria foi adquirida por um grupo de sete operadores de transporte urbano de Salvador, cujas empresas passaram a absorver um terço da produção da fábrica, de 15 unidades/mês, assegurando um mercado cativo de cerca de 180 carrocerias por ano. Naquela altura a empresa já lançara seu primeiro modelo próprio, um urbano com janelas inclinadas batizado Panorâmico. Pouco depois, em 1977, o ônibus teve as linhas modernizadas, recebendo o nome Natus Bahia – segundo a Caio, uma “cópia fiel” de seu modelo Bela Vista. Até o final da década o modelo passou por alguns retoques estéticos, porém sem nenhuma alteração de monta, a menos da grande ampliação dos para-brisas e consequente mudança do formato da janela do motorista e, no final da vida, adoção de vistosa grade dianteira.

A Aratu sentiu os efeitos da recessão econômica do início da década de 80, construindo apenas 83 unidades em 1980 e 78 em 1981, o que correspondia a pouco mais de 1,2% do mercado nacional. Com a recuperação da economia a empresa pode se dedicar à renovação de sua linha de produtos, apresentando o modelo Itapuã, o primeiro com colunas verticais da marca. Com ele, iniciou o costume de batizar suas carrocerias com nomes de atrações turísticas baianas. Nos anos seguintes lançou os modelos urbanos Itaparica e Abaeté: com o primeiro, deu continuidade à tradição de “inspirar-se” nos grandes fabricantes ao realizar seus projetos (neste caso, na Thamco); através do último, pela primeira vez preparou uma carroceria também em versão rodoviária, lançada pouco depois.

Em março de 1987 iniciou a fabricação de carrocerias de duralumínio – o modelo Amaralina (decalque do Caio Amélia), descontinuando a produção das versões anteriores em aço. Este foi um tempo de prosperidade para a empresa, que chegou a ocupar a posição de maior fornecedora do Estado da Bahia. Cinco anos mais tarde, porém, detendo apenas 16% do mercado local, recuaria ao nível de produção de cerca de 120 unidades anuais. Três versões eram então fabricadas: o rodoviário Ondina (do qual poucas unidades foram construídas) e o Piatã, claramente calcado no Marcopolo Torino, apresentado nas versões urbana e interurbana. Em 1992 a Aratu decidiu profissionalizar sua administração e racionalizar a produção, especializando-se no fornecimento de modelos urbanos e transferindo as oficinas de reforma para novas instalações. Pouco depois, no entanto, ao optarem por se concentrar em seu negócio principal, os proprietários da empresa decidiram encerrar a produção e colocaram as instalações à venda.





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